Esta última descoberta na ata da época levou a um pedido de demissão do oficial de alta patente que participou destes eventos em 1984 e, ao mesmo tempo, trouxe à tona as complacências e silêncios denunciados nas fileiras das forças armadas durante aquele período da ditadura civil-militar entre 1973 e 1985.
Como resultado da decisão do governo, o site La Diaria trouxe à luz um testemunho judicial de 1986 no qual se afirma que durante as torturas infligidas ao médico Vladimir Roslik, de origem russa e ligado ao Partido Comunista, 10 jovens soldados participaram para que pudessem ‘aprender técnicas’.
Entretanto, o principal interrogador, Ivo Morales, nunca foi julgado pelo caso, de acordo com várias revelações em uma sentença de tribunal militar, proferida em 1986, um ano após a restauração da democracia, desconhecida até muito recentemente.
Por outro lado, a viúva e o filho de Roslik estão considerando levar o caso à Corte Interamericana de Direitos Humanos, depois que a Suprema Corte de Justiça rejeitou unanimemente um pedido para que o caso fosse encerrado.
O promotor especializado em Crimes Contra a Humanidade, Ricardo Perciballe, indicou que o caso do assassinato de Roslik foi iniciado por uma denúncia pelos crimes de omissão de funcionários para proceder à denúncia, ocultação e falsificação de documento público de causa de morte.
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