As acusações foram apresentadas pelo Cage, uma instituição de caridade sediada em Londres, a partir de uma carta enviada por Williamson em maio passado aos diretores das escolas.
Na carta, o titular pedia garantir imparcialidade política na abordagem do conflito israelo-palestino, depois de um aumento dos incidentes anti-semitas em alguns centros após os bombardeios israelenses contra a Faixa de Gaza.
Segundo Cage, embora o ministro tenha manifestado preocupação com as manifestações anti-semitas, nunca reconheceu a importância do direito de associação e da expressão política.
Seu objetivo era estabelecer um modelo fechado para as discussões sobre o tema, afirmou a instituição, que afirma lutar contra a injustiça e a opressão.
Ele observou ainda que as intenções de Williamson de censurar o debate ficaram ainda mais expostas quando sugeriu às escolas interagir com organizações que são abertamente pró-israelenses para buscar um suposto balanço.
Este caso tenta estabelecer que não é função do governo ‘coreografar’ as discussões políticas nas escolas como se fosse um regime autocrático, disse o diretor administrativo de Cage, Muhammad Rabban.
O advogado Fahad Ansari afirmou, por seu turno, que a instrução dada pelo ministro da Educação não só teve o efeito de restringir os pontos de vista políticos legítimos dos estudantes muçulmanos, mas de justificar a sua titularização simplesmente por demonstrar solidariedade para com as vítimas do apartheid israelita.
Em uma declaração emitida após a apresentação da acusação, o Ministério da Educação garantiu que o antissemitismo em todas as suas formas é algo horrendo que não tem lugar nas escolas do país. O texto assinala, além disso, que a carta de Williamson tinha como objetivo recordar ao claustro de professores a sua responsabilidade de enfrentar qualquer incidente antissemita com seriedade, sobretudo depois da mais recente escalada do conflito israelo-palestino.
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