Em declarações a correspondentes estrangeiros nesta capital, a presidenta desse órgão, Elisa Loncón, destacou que desde 4 de julho, quando os 155 membros se reuniram pela primeira vez, ‘tem sido feito um trabalho incansável’.
A renomada acadêmica de ascendência mapuche destacou que se avançou na organização da Convenção, nas normas que devem reger sua gestão, no aperfeiçoamento da infraestrutura e até mesmo em um protocolo de saúde para o trabalho em meio a pandemia da Covid-19.
Esse avanço, garantiu, foi possível graças ao apoio do Senado e da Câmara dos Deputados, de universidades e até de organizações sindicais que disponibilizaram recursos e capital humano para apoiar os trabalhos da Convenção.
No entanto, advertiu, não tem havido a colaboração esperada do Governo, o que se evidencia na falta de pessoal de apoio e meios técnicos que foram oferecidos e que não estavam prontos a tempo, o que obrigou à suspensão das sessões nos dois primeiros dias.
Loncón explicou que neste mês os trabalhos se concentraram no regulamento básico para avançar na tarefa fundamental que será a redação da nova Constituição e a criação de oito comissões de trabalho às quais foram incorporados os 155 integrantes da convenção.
Estamos trabalhando no Regulamento, sem o qual – disse Elisa Loncón – não seria possível escrever um só artigo do projeto de Constituição, razão pela qual o conselho de administração tem pela frente que prepará-lo e aprová-lo até ao final de Agosto.
A Convenção também aprovou por maioria uma declaração exigindo das autoridades governamentais uma solução para libertar centenas de jovens presos após a convulsão social, apoiando assim os defensores de uma solução política para este problema.
Na véspera, ao falar aos 155 integrantes, avaliou que nestas semanas avançou-se no ‘exercício da democracia participativa, de inclusão, para instalar esta deliberação a partir de outros paradigmas, que não são os tradicionais, como se costuma analisar como se estivéssemos sempre nos vendo da direita, esquerda, centro. ‘
Nesse sentido, acrescentou que outros caminhos foram abertos na Convenção, estabelecendo a paridade de gênero, promovendo a interculturalidade e um diálogo em que os movimentos sociais, os partidos políticos de todas as tendências, as regiões e os povos encontram espaço.
Como Elisa Loncón e o vice-presidente da Convenção, Jaime Bassa, reiteraram nos últimos dias, em setembro terão que começar a trabalhar plenamente na tarefa central para a qual foram eleitos pelo povo, que é a proposta de uma nova constituição para o país.
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