López, que gosta de lutar longe das cordas, faz do centro do ringue o espaço ideal para oxigenar estratégias, confundir os rivais e se sentir confortável antes de acertar a mão direita, a mais poderosa.
Em tempos de confiança, o homem nascido na província oriental de Guantánamo se torna um lutador indecifrável, detalhe que acaba de exibir na final dos 81 quilos em Tóquio 2020, quando seu rival britânico Benjamin Whittaker parecia tímido e fraco na derrota 4 -1 para o Caribe.
Correu tudo ao pé da letra, expos o pugilista na zona mista, já com a sua medalha de ouro pendurada no pescoço e um buque de flores junto aos seus poderosos nós nos dedos, maltratados pelos anos entre pancadas e flexões em busca das melhores condições físico-desportivas.
‘Tive uma ótima preparação. Queria voltar a tocar o hino do meu país e conquistar meu segundo título em uma divisão que Cuba não dominava até o sucesso de Julio César la Cruz no Rio 2016’, afirmou ele na Arena Kokugikan perante a imprensa credenciada.
Jabs e swinnes precisos, movimentos certeiros, defesa para cima, com os cotovelos fechados e ataques na hora certa marcaram as ações de López, campeão universal em Doha e no Pan-Americano em Toronto, em 2015.
‘Muito honrado por esta conquista, pois poucos atletas podem se orgulhar de um feito de tal calibre’, expressou o segundo campeão cubano no boxe de Tóquio, após a conquista na véspera de Roniel Iglesias (69), outro com duas coroas no seu cartel na arte de Fistiana.
Agora, o vencedor tem o olhar fixo em Paris 2024, porque tem a possibilidade de se tornar um tricampeão, coisa que só os seus conterrâneos Teófilo Stevenson e Félix Savón e o húngaro László Papp conseguiram nesta disciplina e admitiu há duas semanas à Prensa Latina que ‘pretendo seguir um pós de mais glórias’.
Assim, o boxe parece pronto para liderar a atuação da ilha, algo que acontece em quase todos os eventos poliesportivos, independentemente da classificação. Não é à toa que é chamado de carro-chefe.
Observe que das 82 medalhas de ouro, 69 de prata e 81 de bronze do país em 20 apresentações olímpicas, o boxe registra 39 títulos, 19 segundos lugares e 17 terceiros lugares.
Tudo isso acontece quando a delegação caribenha marcha em décimo terceiro lugar no quadro geral de medalhas, com cinco lideranças, três segundos lugares e outro quarteto de terceiros lugares, além de ter superado o resultado do Rio de Janeiro (cinco-dois-quatro).
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