O grupo Paz rejeitou a proposta de construção de nove mil habitações no antigo aeroporto de Atarot, em Jerusalém Oriental, numa zona situada entre as localidades palestinianas de Kfar Aqab, Qalândia e Ram.
Se for aprovado e construído, será a primeira colônia nessa área da cidade desde 1997, quando o então governo de Benjamín Netanayhu levantou o assentamento de Har Homa, denunciou a Organização não Governamental (ONG) em sua página web.
Este é um plano muito perigoso porque daria um golpe mortal à solução de dois estados já que está projetado no coração da continuidade territorial urbana palestina, enfatizou.
Paz Agora destacou que a iniciativa impede a criação de um futuro Estado palestino com essa parte da cidade como sua capital. As autoridades israelenses impulsionam ainda outros projetos: a ampliação de Har Homa, a construção de outro novo bairro em Givat Hamatos e um terceiro perto da colônia de Maale Adumim, todos no interior ou perto dessa cidade.
Qualquer destes planos, ‘para não falar de seu efeito combinado, fragmentará a integridade da Jerusalém palestina e se somará aos obstáculos existentes para uma capital palestina na cidade, diminuindo assim as perspectivas de uma futura solução de dois estados’A ONG Ir Amim concordou.
O executivo da coalizão israelense está dividido sobre a ampliação e construção de novos assentamentos em zonas palestinas.
Enquanto Yamina, a formação do ultra-nacionalista primeiro-ministro Naftalí Bennett, e Nova Esperança apoiam essa estratégia, a formação islamista Raam e a esquerdista Meretz rejeitam totalmente essa possibilidade.
Segundo dados oficiais palestinos, Israel construiu mais de 31 mil habitações nas 144 colônias localizadas na Cisjordânia e Jerusalém Oriental desde 2004 e levantou mais 139 postos de avançada para futuros assentamentos.
Enquanto isso, o número de colonos cresceu de 415 mil há 17 anos para 660 mil em 2019, apesar da rejeição da comunidade internacional e das resoluções do Conselho de Segurança da ONU.
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