A vacinação voluntária está se tornando cada vez mais obsoleta, apesar da resistência de um segmento da população. Gustavo Egusquiza, um escritor e especialista em turismo, acredita que será crucial para a indústria.
Em entrevista à Prensa Latina, Egusquiza analisou o caso do México, onde o domínio do lazer é responsável por quase 8% do Produto Interno Bruto e gera 10 milhões de empregos diretos e indiretos.
Em resposta a uma pergunta sobre a atitude arrogante de alguns hoteleiros mexicanos ao não aplicarem rigorosamente os testes Covid-19 por causa de sua rentabilidade, ele estimou uma queda de 46% no turismo em 2020 e uma perda de 13 bilhões de dólares.
‘Destinos como o Caribe mexicano são 80% dependentes do turismo estrangeiro. Com um salário médio de 5.400 dólares por ano, quase nenhum auxílio governamental e uma economia na qual grande parte da população vive no dia a dia, as decisões que podiam ser tomadas foram tomadas’, disse ele.
Ao elaborar a questão, ele disse que a solução teria sido fechar até que 70% da população fosse vacinada e ter prestado ajuda ao setor de turismo, ‘mas também é preciso entender as particularidades de cada país e seu músculo financeiro’.
Uma coisa é o que queremos fazer e outra bem diferente do que as circunstâncias nos permitem fazer’, disse ele.
Em outra parte da conversa com a Prensa Latina, o especialista em turismo de luxo reconhecido pela revista Forbes Latam, formada pela Universidade de Edimburgo e pela Universidade de Oxford, mergulhou na questão da vacinação.
‘Esta é uma questão científica e ética. No momento a sociedade está perguntando se as pessoas vacinadas devem ter menos restrições do que aquelas que ainda não foram vacinadas, ou se este é o caminho para reabrir a economia e o turismo’, disse Egusquiza.
Ele descreveu as vacinas em geral como ‘remendos’, uma vez que não interrompem a transmissão da doença.
‘Uma pessoa vacinada pode ser infectada e transmitir Covid-19, mas ao mesmo tempo as vacinas provaram ser eficazes na redução da transmissão’, explicou ele.
Finalmente, ele sublinhou sua opinião de que a carteira de vacinação introduzida pela União Europeia poderia ser uma ferramenta útil para facilitar novamente a livre circulação de pessoas e impulsionar o setor de turismo.
De maneira semelhante, ele observou que levará tempo para que os europeus ‘recuperem a confiança no mercado latino-americano devido à complexidade dos programas de vacinação e sua lentidão em muitos desses países’.
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