As plataformas, que incluem a Rede Nacional de Defesa aos Direitos Humanos, a Fundação Je Klere e a Solidariedade das Mulheres Haitianas criticaram qualquer ‘acordo fraudulento’ para a criação do CSPJ, o organismo que administra e planeja os recursos do ramo judicial.
No final de julho, o secretário técnico, Jean Robert Constant, pediu ao Primeiro-Ministro Ariel Henry que tomasse medidas para assegurar que os membros da quarta magistratura assumissem as suas funções, após a morte do presidente deste órgão, René Sylvestre.
Constant salientou que o assassinato do Presidente Jovenel Moïse a 7 de julho atrasou ainda mais este processo.
Contudo, para as associações signatárias, que também incluem a Oficina Internacional de Advogados e a Plataforma das Organizações Haitianas de Defesa dos Direitos Humanos, a falência de todos os poderes públicos – incluindo o judiciário – é um dos elementos constituintes da crise multidimensional que está consumindo o país.
Por esta razão, rejeitaram qualquer acordo que procure reproduzir ou assegurar a permanência de um sistema judicial que seja ‘corrupto, ineficiente e garante de impunidade’, declararam no comunicado.
Recordaram também que o Primeiro-Ministro não tem competência institucional ou legal para jurar nos membros do CSPJ.
O assassinato de Moïse reforçou o vácuo institucional no país, que tem estado sem parlamento desde 2020 após o termo dos mandatos de todos os deputados e dois terços dos senadores, e cujo aparelho judicial tem funcionado irregularmente, uma situação que foi exacerbada pela morte de Sylvestre.
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