A escalada no número de migrantes tornou-se um obstáculo político para a Casa Branca. Embora o presidente tenha prometido durante a campanha eleitoral que acabaria com o legado desastroso de seu antecessor, Donald Trump (2017-2021), ele ainda tem muitas questões pendentes.
Segundo o Partido Democrata, Biden não tem feito o suficiente para dar às pessoas citadas um tratamento mais humano, pois afirmou que agiria se chegasse à mansão executiva.
Após quase oito meses no poder, algumas estratégias xenófobas herdadas do republicano permanecem.
Diariamente, as autoridades dos EUA empurram os imigrantes sem documentos para o outro lado da linha divisória, sob uma regra da era Trump que permite a ‘expulsão acelerada’ de famílias e indivíduos que tentam acessar o território dos EUA de maneira irregular.
De outubro de 2020 a julho de 2021, mais de um milhão de latinos foram presos enquanto cruzavam a fronteira. A maioria deles foi deportada para o norte do México, onde estão expostos a sequestro, extorsão, roubo, agressão, agressão sexual e abandono.
O número continua crescendo. Em agosto, Washington começou a transportar centro-americanos indocumentados para cidades no interior do país vizinho, em um movimento político sem precedentes. Os governos anteriores os devolveram aos seus países de origem.
Enquanto isso, os republicanos insistem que Biden é o único responsável pela crise, que, dizem, começou quando ele interrompeu a construção do muro de fronteira e aprovou um grupo de ordens executivas para mudar o curso das estratégias de imigração.
Em 20 de janeiro, mesmo dia em que assumiu o cargo, o chefe da Casa Branca apresentou uma reforma que facilitaria o caminho da cidadania para 11 milhões de indocumentados.
Também fortaleceu o programa ‘Ações Diferidas de Chegadas à Infância’, com o objetivo de proteger os sonhadores (sonhadores), e eliminou a política de separação familiar na fronteira sul, entre outras medidas.
No entanto, a crise persiste e se agrava enquanto o governo aloca recursos – em vão, dizem várias vozes – para ‘entender’ as raízes desse boom migratório.
O jornalista mexicano David Brooks acredita que a onda de centro-americanos em fuga de sua realidade, marcada pela violência e pela pobreza, é resultado de séculos de interferência dos Estados Unidos na região.
As raízes da crise estão nos Estados Unidos, nas intervenções militares, no apoio às ditaduras, na aplicação da Doutrina Monroe e na guerra fria contra o comunismo e no recente ataque aos governos progressistas da América Latina, disse Brooks.
(Retirado do Orbe) / ls