A viagem da chefe do Executivo alemão acontece dois dias depois de sua passagem por Moscou, onde, entre outros assuntos da agenda bilateral, ela conversou com o presidente, Vladimir Putin, sobre a situação no Donbass e a passagem do gás russo pela Ucrânia.
Na reunião, Merkel deve abordar o não cumprimento de Kiev com os acordos de Minsk assinados em setembro de 2014 e fevereiro de 2015 com a mediação da Rússia, Alemanha e França.
O plano estabeleceu as linhas de orientação para um possível entendimento entre o Governo e as regiões orientais da Ucrânia onde se proclamam as repúblicas populares de Donestk e Lugansk.
Entre outros aspectos, o documento estabelece a retirada de armas pesadas de ambos os lados da zona de combate, o cessar-fogo, a descentralização política, a autonomia dessas repúblicas, cláusulas que até agora não foram cumpridas por Kiev.
Segundo estimativas das Nações Unidas, mais de 13.000 pessoas morreram desde o início do conflito.
Outro item da agenda do encontro entre Merkel e Zelensky está previsto para ser o gasoduto Nord Stream 2, entre Rússia e Alemanha, projeto rejeitado pelo governo ucraniano. Um acordo firmado entre Washington e Berlim em julho passado estabeleceu que as autoridades alemãs trabalharão para garantir o trânsito do gás russo para a Europa através da Ucrânia a partir de 2024, quando for cumprido o contrato, do qual obtém bons lucros.
Em sua cúpula na sexta-feira com Putin, o chefe de Estado garantiu que a Rússia está pronta para dar continuidade ao acordo após essa data, mas esclareceu que Moscou deve ser informada por quanto tempo, que volume de gás receberá, e inclusive que a Europa deve dizer quanto gás está disposto a comprar.
‘Não podemos fazer um contrato de trânsito se não tivermos contratos para abastecer nossos consumidores na Europa’, disse o presidente.
Em entrevista coletiva conjunta após a reunião, Putin disse que assegurou a Merkel o total cumprimento da Rússia com os acordos sobre o trânsito ucraniano, mesmo depois de deixar de ocupar o cargo de chanceler federal. Ele ressaltou que a Europa não possui uma fonte de energia mais confiável do que o gás russo.
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