Os dois médicos partiram no último sábado do aeroporto de Buenos Aires em missão humanitária dos Cascos Blancos (Capacetes Brancos, em espanhol), órgão dependente da chancelaria argentina.
Saidon e Sotelo tatuaram em suas vidas os ensinamentos de uma medicina humanística e solidária, adquiridos em seus anos de estudos na Escola Latino-Americana de Medicina (ELAM), que uma vez mais irão colocar em prática em um país severamente atingido por um terremoto.
Desde sua chegada em solo haitiano, eles não pararam um momento. Junto com seus outros 22 compatriotas que compõem a brigada humanitária, eles já prestam atendimento médico na comuna de Corail, no departamento de Grand’Anse, onde este país do sul instalou um hospital com nível de atenção tipo 1.
A missão humanitária é chefiada pela presidenta dos Cascos Blancos, Marina Cardelli, e uma Equipe Médica com serviços de atendimento ambulatorial de emergência, pediatria, clínica médica geral, obstetrícia e traumatologia implantada em Corail.
Não há tempo a perder. O Haiti hoje precisa de todos, porque mais uma vez a natureza caprichosa volta a cobrar de um povo que chora mais de dois mil compatriotas mortos no terremoto de 7,2 na escala Richter que impactou essa ilha em 14 de agosto.
Em suas horas agitadas, via WhatsApp, Saidon e Sotelo fizeram uma breve pausa para contar como vivem essa experiência.
‘Continuamos o legado que Cuba nos deu. Pátria é humanidade’, destacou Sotelo em mensagem à Prensa Latina, que sentiu uma dupla emoção ao chegar a um hospital e saber que seu diretor também se formou em Cuba. ‘Estamos extremamente felizes em descobrir’, disse ele.
‘Estamos no Haiti nesta missão dos Cascos Blancos. Somos 24 voluntários, incluindo nove médicos, dois dos quais formados pela ELAM’, disse Saidon, destacando que chegaram com os princípios da solidariedade internacional e o humanismo com que se formaram na escola internacional de medicina, que acolheu estudantes de 122 países nos últimos 22 anos.
A solidariedade e o humanismo são compartilhados pelos demais médicos que estão aqui hoje, disse Saidon, que também estava entusiasmado por ter se encontrado nesta nova missão com seus irmãos das brigadas médicas cubanas que nas últimas duas décadas salvaram vidas no Haiti.
‘Nos sentimos um pouco cubanos e conhecer nossos colegas é maravilhoso’, disse o médico após acrescentar que eles esperam que, nestes 20 dias de trabalho em solo haitiano, possam ajudar ao máximo.
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