De acordo com o jornalista Jamil Chade, colunista do portal de notícias UOL, a acusação apresentada no Supremo Tribunal Federal (STF) foi baseada em novos trechos de conversas e mensagens entre membros do grupo judicial desativado.
Tais parlamentos fazem parte do material apreendido na chamada Operação Spoofing (hackers que invadiram os telefones celulares das autoridades foram presos).
Em 2016, a defesa de Lula apresentou uma reclamação ao Comitê de Direitos Humanos da ONU, alegando violações contra o ex-governador e questionando a imparcialidade do então juiz Sérgio Moro. O caso ainda está pendente em Genebra.
A defesa do ex-líder trabalhista insiste que a Lava Jato, além de praticar violações graves e irreversíveis dos direitos humanos de Lula, também assumiu ‘a própria linha de manifestação do Estado brasileiro perante o Comitê de Direitos Humanos da ONU, com a aquiescência dos órgãos estatais envolvidos’.
É, acrescenta, ‘uma verdadeira captura do aparato estatal que também ocorreu em nível nacional para permitir a prática da advocacia (guerra legal) especialmente contra o requerente (Lula)’, argumenta ele.
De acordo com o pedido, nos diálogos dos procuradores entre 14 e 16 de janeiro de 2019, é ‘possível verificar que eles realizaram reuniões e encontros com órgãos estatais’.
Em um texto escrito pelo promotor Deltan Dallagnol, coordenador da Lava Jato, os advogados do ex-líder sindical indicam como ele orientou três colegas a lidar com o assunto.
De acordo com os advogados de defesa, os promotores da força agora extinta não só lideraram a posição do Estado brasileiro perante a ONU, mas também passaram a promover iniciativas políticas.
O jornal francês Le Monde revelou em abril passado que a Operação Lava-jato acabou sendo uma estratégia bem-sucedida dos EUA para minar a autonomia geopolítica do Brasil e proteger seus próprios interesses.
O que começou como a ‘maior operação anticorrupção do mundo’ degenerou no ‘maior escândalo judicial do planeta’, denunciou vários veículos de comunicação.
Em fevereiro passado, o Ministério Público Federal desmantelou Lava Jato após sete anos de trabalho e sua força-tarefa enfrenta acusações diferentes de ser seletiva e tendenciosa em suas investigações.
O Ministério Público indicou que suas indicações serão agora realizadas pelo Grupo de Ação contra o Crime Organizado (Grupo de Ação ao Combate ao Crime Organizado).
mgt/ocs/bm