O assessor do Ministério da Justiça do país andino descreveu o documento preliminar da Secretaria-Geral da organização sobre essas eleições como infundado e apressado, acrescentou a Agência Boliviana de Informação (Agencia Boliviana de Información).
O governo de facto assinou um acordo especial com a OEA na época, que a OEA acabou por não cumprir, e cujo conteúdo era diferente daqueles emitidos pelas missões de observação eleitoral, ressaltou Urquieta.
De acordo com Urquieta, a particularidade do documento da OEA foi que ele permitiu ‘uma auditoria com apoio técnico, científico e verificável, o que no final também não aconteceu’.
O acordo entre a OEA e o governo também ‘estabeleceu que o relatório sobre as eleições seria realizado através dos órgãos diplomáticos correspondentes, o que não aconteceu’, acrescentou ela.
‘Este documento preliminar afirma que até hoje a OEA não foi capaz de verificar, mas na época foi um gatilho para o golpe de Estado’, disse Urquieta.
A conselheira lembrou que o executivo golpista foi aberto a esta auditoria devido à negligência dos partidos políticos de direita que faziam parte dela e ‘não aceitou sua derrota’ nas eleições presidenciais de novembro de 2019.
A ascensão inconstitucional ao poder de Jeanine Áñez e a derrubada de Evo Morales ‘foram planejadas e articuladas pela Secretaria Geral da OEA, com a participação dos governos dos Estados Unidos, Equador e Argentina’, afirmou.
‘Existem mais de 10 relatórios internacionais sobre este assunto que dizem a mesma coisa’, concluiu Urquieta.
A revolta de novembro de 2019 causou a morte de 38 bolivianos e centenas de feridos e detidos, devido à repressão da polícia e dos soldados contra protestos populares em defesa do governo constitucional do Presidente Evo Morales.
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