Em entrevista à TV Bolivia, o advogado Thomas Becker, que está promovendo o julgamento nos Estados Unidos contra o ex-presidente Gonzalo Sánchez de Lozada (Goni, 2002-2003) e seu ex-ministro Carlos Sánchez Berzaín pelo massacre de 2003 no país sul-americano, considerou que há sinais de que Áñez poderia escapar, o que é normal quando abusos extremos foram cometidos.
Becker disse que é por isso que ele deveria permanecer na prisão, e deu o exemplo de que no julgamento contra Goni por responsabilidade nos massacres, 13 das 15 pessoas implicadas escaparam.
Acrescentou que dos três acusados dos massacres nas cidades de Sacaba e Senkata em 2019, apenas o ex-presidente está na prisão, pois o ex-chefe de governo Arturo Murillo e o ex-ministro da Defesa Fernando López também fugiram.
Também enfatizou que as vítimas têm o direito legal de buscar justiça e que o governo deve investigar e punir os responsáveis.
Por outro lado, o Ministro da Justiça boliviano Iván Lima explicou as razões legais pelas quais o ex-presidente de facto Áñez deveria enfrentar um julgamento.
De acordo com Lima, a ex-governante estava a cargo de uma organização praticamente criminosa que levou a cabo a morte de bolivianos.
O Ministro da Justiça disse que, dentro do princípio da verdade material, é possível iniciar um julgamento para determinar a responsabilidade pelos massacres cometidos pelo acusado.
Áñez está preso desde 13 de março pelo caso relacionado a estes eventos e está sendo investigado por sedição, terrorismo e conspiração.
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