16 de November de 2024
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Cuba promove educação segura em tempos de pandemia

Cuba promove educação segura em tempos de pandemia

Havana, 8 set (Prensa Latina) Cuba avança com a primeira campanha mundial de vacinação pediátrica contra Covid-19 e, ao mesmo tempo, inicia o retorno gradativo às aulas presenciais, tendência crescente em cada vez mais países do mundo.

A Ministra da Educação (Mined), Ena Elsa Velázquez, assegurou recentemente que o desenvolvimento do ano letivo 2020-2021 continuará com atividades docentes televisionadas até que os alunos menores de 18 anos completem o esquema de imunização.

Para isso, o país dividiu os alunos em três turmas que receberão doses escalonadas das vacinas nacionais Abdala, Soberana 02 e Soberana Plus até o dia 15 de novembro.

A chefa do Departamento Nacional de Atenção Primária à Saúde, María Elena Soto, explicou que todo o pessoal vinculado ao ensino também será imunizado.

As autoridades sanitárias da ilha informaram que durante este mês todas as crianças cubanas de dois a 18 anos serão vacinadas com a primeira dose e até novembro terão o esquema completo (três doses).

Esse calendário fez de Cuba o primeiro país do mundo a iniciar uma campanha de vacinação na população pediátrica de dois a 11 anos contra a Covid-19, destacou o grupo empresarial BioCubaFarma.

Em sua conta oficial no Twitter, a referida entidade, reitora das Indústrias Biotecnológicas e Farmacêuticas da nação caribenha, publicou imagens de duas crianças que na província de Cienfuegos (centro) já contam com a dose inicial da Soberana 02.

Uma meta mais abrangente

Não se trata apenas de crianças, Cuba pretende que em setembro toda a população apta a vacinação contra Covid-19 receba pelo menos uma dose e em novembro 92,6% dos habitantes (cerca de 11 milhões) recebam as três injeções.

Este plano também influencia o esquema escalonado feito pelo Ensino Superior (MES) para retornar às salas de forma presencial.

Segundo o chefe deste ministério, José Ramón Saborido, as universidades reiniciaram o processo de ensino na modalidade a distância no dia 6 de setembro.

No entanto, os especialistas dessas instâncias preveem o início das aulas presenciais para o próximo mês de novembro com o ano letivo indo até março.

Nesse período, os professores farão avaliações pendentes, sistematizarão os conteúdos, atenderão alunos com dificuldades e ministrarão disciplinas do segundo período com adequações curriculares.

O MES garante que em abril de 2022 poderá começar o próximo curso, que vai até dezembro desse mesmo ano.

Na opinião do ministro, o sistema educacional cubano defende um alto grau de atendimento presencial nas salas de aula ‘porque não buscamos apenas instruir, mas também influenciar para formar um profissional mais completo ‘.

O dirigente destacou a necessidade de combinar aulas presenciais com aulas semipresenciais e/ou a distância, sem prejudicar a qualidade do conteúdo, ou colocar em risco a saúde de professores e estudantes.

Em resumo, Cuba está comprometida com uma educação híbrida em que a frequência está sujeita à conclusão de esquemas de vacinação contra Covid-19 para todos os educandos e professores.

No entanto, os especialistas ressaltaram que isso não significa abandonar as medidas higiênico-sanitárias, portanto os estudantes devem usar a máscara corretamente, lavar as mãos com frequência e manter distância física.

A ilha começou a imunização contra o vírus SARS-Cov-2 em maio e até o momento cerca de 14 milhões de doses foram administradas.

Segundo estatísticas oficiais, mais de 4 milhões de cubanos já contam com o esquema completo.

Enquanto isso, o mundo pesa prós e contras

Quase dois anos após o início da pandemia, muitos países também defendem a incorporação gradual dos estudantes em aulas presenciais, apesar do risco representado pela falta de acesso universal à vacinação.

Por exemplo, cerca de 25 milhões de alunos de todos os níveis no México voltaram às salas de aula após 17 meses de confinamento em todos os 32 estados do país, incluindo a capital.

O Ministério da Educação explicou que, embora prevaleça a doença, prevalece o atraso educacional, o risco de abandono escolar e os múltiplos efeitos psicoemocionais e de desenvolvimento adversos decorrentes do confinamento.

De acordo com a entidade, 5,2 milhões de alunos, três milhões deles do ensino fundamental, não se inscreveram no ano letivo 2020-2021 por causas relacionadas à Covid-19 ou por falta de recursos.

No Brasil, país latino-americano mais afetado pela epidemia, milhões de alunos voltaram às aulas presenciais e de forma escalonada, segundo acompanhamento do Conselho Nacional de Secretários de Educação.

Nesta fase, para o cálculo da porcentagem de educandos permitidos, será considerada a capacidade total de acolhimento das escolas e não o número total de matrículas.

Além disso, os estados podem definir seus próprios padrões e muitos permitem a educação híbrida.

Na verdade, uma pesquisa do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) mostra que apenas 2 em cada 10 estudantes brasileiros participarão de atividades escolares presenciais em 2021.

Por sua vez, o Governo da Venezuela avalia o retorno às salas de aula no próximo mês de outubro sob estritas medidas de biossegurança para evitar surtos de infecções.

O presidente da nação bolivariana, Nicolás Maduro, explicou que a volta às aulas visa evitar a evasão escolar no país.

A Venezuela propôs a imunização de 70% da população até o final de 2021, uma estatística que deveria incluir todo o pessoal docente e demais trabalhadores do sistema educacional.

Enquanto isso, nos Estados Unidos, especialistas em saúde concordam que o uso obrigatório de máscaras é a ferramenta mais eficaz para impedir infecções durante a permanência em centros educacionais.

No entanto, a Academia Americana de Pediatria expressou preocupação com a falta de exigências nesse sentido.

Com o retorno às aulas presenciais, o número de casos infantis representou mais de 22% do total de infectados no país nos últimos dias.

Neste país norte-americano, crianças menores de 12 anos ainda não são elegíveis para vacinas, mas alguns estados, como Texas e Flórida, rejeitam medidas preventivas.

Na verdade, os governadores desses lugares ameaçaram retaliação contra os distritos que exigem o uso de máscaras em instituições de ensino.

O contrário ocorre na China, onde todas as escolas aplicam um rígido mecanismo de prevenção e controle epidemiológico, a fim de prevenir e detectar prontamente um possível caso da doença.

O fortalecimento das medidas epidemiológicas também é uma tendência na Rússia, após o início do ano letivo presencial.

Segundo o ministro da Educação, Sergei Kratsov, cada região do país tomará suas próprias decisões quanto ao formato das aulas, em correspondência com suas peculiaridades.

No debate sobre o retorno ou não das aulas presenciais, entidades internacionais como o UNICEF e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) ordenaram o fim do confinamento escolar, apesar do pouco avanço das campanhas de vacinação no mundo.

* Jornalista da Redação Nacional da Prensa Latina

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