O Primeiro Ministro Ariel Henry convidou representantes da Comissão para a Busca de uma Solução Haitiana para a Crise (Crshc), e a reunião poderia ocorrer no final desta semana, de acordo com a carta enviada ao governo pelo comitê.
No fim de semana, Henry conseguiu que cerca de 20 grupos políticos assinassem sua proposta de ‘governança pacífica’, concordando com a criação de uma assembleia constituinte e a elaboração de uma nova constituição, assim como a realização de eleições antes do final de 2022 e a reestruturação do gabinete ministerial.
Entre os signatários estavam plataformas influentes como o Setor Democrático e Popular, a Fusão dos Social-Democratas, Inité, Inifos e o Movimento para a Transformação, Mobilização e Valorização do Haiti.
Por sua vez, a iniciativa CSHC tem mais de 500 signatários, segundo seus organizadores, incluindo o poderoso Fanmi Lavalas, fundado pelo ex-presidente Jean Bertrand Aristide.
De acordo com a coordenadora geral da Comissão, Magalie C. Denis, este projeto tem força de lei.
As duas propostas são contrapostas: enquanto Henry defende uma administração chefiada por um primeiro-ministro, a CSRC incentiva um governo ‘com duas cabeças’ chefiado por um presidente.
A Comissão também não reconhece a autoridade de Henry, e acredita que ele assumiu o poder inconstitucionalmente, pois o presidente assassinado, Jovenel Moïse, já estava governando de fato quando ele nomeou o neurocirurgião, disseram eles.
Por sua vez, vários especialistas concordam que a constituição atual não prevê nenhuma solução para os problemas que o país enfrenta após o assassinato de Moïse e, portanto, todas as soluções seriam inconstitucionais.
Quer a classe política e social considere que Moïse estava governando de fato depois de 7 de fevereiro, ou que ele estava administrando seu último ano no cargo, não há nenhuma regra aplicável à sua sucessão, de acordo com declarações de Bernard Gousse, Claude Moïse, Patrick Pierre-Louis e Sonet Saint-Louis, professores de direito constitucional da Universidade Estadual e de outras escolas públicas.
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