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Escola Latino-americana de Medicina: médicos ao redor do mundo

Escola Latino-americana de Medicina: médicos ao redor do mundo

Havana, 20 set (Prensa Latina) Mais de 300.000 médicos integram hoje a lista de graduados da Escola Latino-Americana de Medicina (ELAM) de Cuba, rede de médicos que levam serviços de saúde a várias regiões do planeta.

Não é por acaso nos dias de hoje conhecer formandos da primeira linha de enfrentamento à pandemia Covid-19, bem como o grupo de profissionais formados na instituição que atendeu a população haitiana, após os terremotos ocorridos naquele país do Caribe em 2010 e em agosto passado.

A história começou quando os furacões George e Mitch devastaram a América Central em 1999, com cerca de 10.000 mortos e desaparecidos.

Cuba enviou brigadas médicas a áreas afetadas da região e o presidente Fidel Castro propôs iniciar em Cuba a formação de médicos dessas nações, ideia concretizada com a fundação da ELAM em 15 de novembro daquele ano. A Dra. Yoandra Muro, reitora dessa universidade internacional, explicou à Prensa Latina que a escola começou com uma representação de 18 países, e no momento já há graduados de 117, de todos os continentes.

O endosso da instituição constitui a recente entrega à carreira de Medicina da condição de ‘excelência’ pelo National Accreditation Board, órgão de avaliação com elevados padrões de qualidade dos centros de ensino superior das maiores Antilhas.

Vários de seus graduados agora ocupam cargos de liderança em nível internacional, incluindo dois representantes da Organização Pan-Americana da Saúde; um graduado que participou do desenvolvimento da vacina russa Sputnik V contra Covid-19 e a Dra. Ariana Campero, que foi Ministra da Saúde da Bolívia e posteriormente Embaixadora desse país em Cuba.

Segundo a nova estudante colombiana Cindi Paola, a decisão de estudar na ELAM ‘surgiu quando eu tinha sete anos, quando vi os aviões cheios de médicos cubanos passando pela minha cidade de Río Blanco, ao sul de Tolima, e disse que queria ser como eles. ‘

A jovem faz parte de uma matrícula a que pertencem hoje 2.171 alunos, dos quais 485 cursam pós-graduação.

A formação escolar combina um conhecimento aprofundado do sistema de saúde com o da sociedade cubana, por meio da continuação dos estudos a partir do terceiro ano em centros de ensino de ciências médicas de todo o país. ‘Os cubanos têm uma característica e é o desejo deles ajudar. Fiquei surpreso como, apesar das deficiências derivadas do bloqueio, eles compartilham conosco o que têm’, insistiu o estudante palestino Salett Hethnawi.

O corpo docente, composto por 64 doutores em Ciências, aliado ao desenvolvimento de um programa de ensino e atividades extracurriculares, permite complementar a formação humana e acadêmica.

Foi o que confirmou Mohamed Nejem, também da Palestina, para quem ‘na ELAM não se aprende apenas medicina, mas também simplicidade, humildade e respeito pelas outras culturas, religiões e crenças’.

Em relação aos requisitos de admissão à instituição, Dr. Muro comentou que anualmente são concedidas entre 400 e 500 bolsas, para as quais os candidatos devem ser pessoas de baixa renda e possuir o título de bacharel.

Entre as nações presentes na ELAM desde seu início estão os Estados Unidos, fruto do esforço do reverendo norte-americano Lucius Walker e do projeto Pastores pela Paz, que possibilitou a chegada dos primeiros alunos da nação do Norte.

As modalidades de estudo para ingresso na instituição são o treinamento totalmente gratuito, ao qual pertence a maior parte das matrículas; o acordo, no qual os governos arcam com as despesas do curso e os alunos se autofinanciam.

Esta última opção, destacou o diretor, constitui a que tem menor número de bolsistas (84, em 2.171) e representa uma amostra do prestígio do centro a nível internacional, já que esses jovens optam por estudar em Cuba. .

‘Tenho planos de voltar quando me formar e continuar os estudos de pós-graduação’, disse o ganês Ayamerath Kwadwo; enquanto para Leonel Omar a prioridade será retornar à sua natal Filipinas ‘para servir as comunidades mais necessitadas.’

Os alunos da ELAM contam com uma Associação de Graduados com reconhecimento internacional e personalidade jurídica, que lhes permite comunicar e realizar ações concretas em prol do auxílio a outras pessoas.

No auge destes 21 anos, seu reitor insiste que o sonho de Fidel Castro se concretizou, que aspirava que todos os formandos da ELAM pudessem interagir ao redor do mundo.

‘Se colocarmos esses graduados no mapa mundial, poderemos formar essa grande rede’, confirma.

jcm / ool / lrg / ls

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