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Médicos: faces da solidariedade entre Cuba e Paquistão

Médicos: faces da solidariedade entre Cuba e Paquistão

Islamabad, 20 set (Prensa Latina) Médicos cubanos foram os primeiros a chegar e os últimos a deixar o Paquistão quando este país do sul da Ásia sofreu um terremoto devastador de 7,6 graus na escala Richter em 8 de outubro de 2005.

Até o quinto país mais populoso do planeta, localizado a mais de 13 mil quilômetros de Havana na fria e alta cordilheira do Himalaia, a solidariedade da ilha caribenha com o Contingente Médico ‘Henry Reeve’, formado por mais de 2.500 médicos e especialistas cubanos em saúde.

A brigada médica foi fundada pelo líder da Revolução Cubana, Fidel Castro, para cooperar imediatamente com qualquer país do mundo que sofra catástrofes como furacões, terremotos, inundações ou outros fenômenos naturais e graves epidemias.

O poderoso terremoto, que durou cerca de dois minutos, causou imensos danos na região da Caxemira entre a Índia e o Paquistão, com epicentro 95 quilômetros a nordeste da cidade de Islamabad e a apenas 26 quilômetros de profundidade, sendo o terremoto mais forte que a área experimentou no último século.

O violento terremoto, que ocorreu durante as primeiras horas da manhã, sacudiu o norte do Paquistão e também afetou setores da Índia e do Afeganistão, deixando desastrosos 86.000 mortos e mais de 106.000 feridos.

Os tremores e suas réplicas varreram dezenas de cidades enquanto três milhões de pessoas perderam suas casas.

Devido à tragédia, muitas crianças morreram e de acordo com as Nações Unidas, quatro milhões de pessoas foram afetadas no total.

A notícia da alarmante fatalidade se espalhou imediatamente pelo mundo e o governo cubano decidiu em uníssono enviar 2.500 médicos e técnicos de saúde para ajudar os sobreviventes.

Cerca de metade dos colaboradores cubanos eram mulheres, que percorriam quilômetros com as mochilas aos ombros carregadas de remédios para combater a dor e a morte em locais de difícil acesso nas encostas das montanhas.

A presença de médicos da ilha caribenha nas áreas mais afetadas pelo desastre ainda é lembrada no Paquistão, pois curaram mais de 1,8 milhão de pacientes, realizaram inúmeras cirurgias de alta complexidade e salvaram 2.086 vidas.

Médicos cubanos cuidaram das vítimas do terremoto no Paquistão por mais de oito meses e montaram 32 hospitais de campanha, que mais tarde foram entregues às autoridades de saúde locais.

O jornal britânico The Independent comentou em um de seus artigos que os médicos cubanos foram os primeiros a chegar e os últimos a deixar o país do sul da Ásia.

O Contingente Internacional de Médicos Especializados em Desastres e Situações Graves Epidemias ‘Henry Reeve’, formado por especialistas em Medicina Integral, enfermeiras e tecnólogos em saúde, foi criada em setembro de 2005 para atender as vítimas do furacão Katrina em Nova Orleans, Estados Unidos.

Após a recusa do governo George Bush em aceitar a ajuda médica incondicional de Cuba, o desastre do terremoto no Paquistão lançou o projeto internacionalista da brigada ‘Henry Reeve’, que leva o nome de um jovem estadunidense que morreu em combate com os graus de general na guerra pela independência de Cuba do domínio colonial espanhol.

Essa ajuda médica solidária de Cuba ao Paquistão incluiu a generosa oferta do líder da Revolução Cubana, Fidel Castro, de conceder mil bolsas gratuitas para estudos médicos para jovens paquistaneses.

Em 2014, entre os primeiros médicos do país do sul da Ásia a se formar em solo cubano, o jovem Muhammah Nabeel Shafgat, o melhor aluno da carreira, agradeceu a Cuba pela maravilhosa possibilidade de se formar como profissionais de saúde e transformar seus sonhos em realidade.

‘Jovens de famílias humildes como nós, nunca poderíamos ter estudado medicina, por isso não encontro palavras para agradecer a solidariedade dos cubanos’, disse Nabeel no dia de sua formatura como médico.

jcm / abm / ls

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