Renan Calheiros, relator da comissão (CPI) que investiga a gestão governamental da Covid-19, descreveu a fala de 12 minutos de Bolsonaro na abertura da 76ª sessão da assembleia na ONU como um triste espetáculo.
‘Infelizmente, outra visão triste. O presidente mentiu do começo ao fim em seu discurso. Parece que estava falando de outro país, diferente deste velho país com todas as contradições que conhecemos’, disse o senador.
Ele destacou que o doloroso discurso do governante ‘mostra ao mundo a República do confinamento, uma vergonha para todos os brasileiros, a exumação da insignificância’.
Como o único líder do G20 que não foi vacinado contra Covid-19, Bolsonaro repetiu seu papel como uma figura rudimentar, anacrônica e transitória, e um propagador de mentiras, acrescentou.
Bolsonaro repetiu na ONU perante delegações de todo o mundo um discurso a favor do chamado tratamento precoce, que se mostrou ineficaz contra a Covid-19.
Para o senador Randolfe Rodrigues, vice-presidente do ICC, ‘o que o Brasil precisa: vacinas; alimentos; investimentos; empregos. O que Bolsonaro fala na ONU: tratamento precoce. Discurso contra a vacina. Fake News (notícia falsa) contra prefeitos e governadores . Vexame! ‘, escreveu nas redes sociais.
A também deputada Eliziane Gama considerou que ‘uma peça de ficção é a tônica do discurso do presidente na ONU. Ele esqueceu a corrupção na compra de vacinas, a arrecadação de comissões ilegais, omitiu o desmatamento recorde e as quase 600 mil mortes de Covid -19’, enfatizou.
Segundo Marina Silva, ex-ministra do Meio Ambiente, Bolsonaro contava mentiras sobre os povos indígenas, o cuidado com a Amazônia, o meio ambiente e as conquistas econômicas.
Ele formulou ‘uma proposta charlatã no tratamento da Covid-19. Foi isso que o Bolsonaro despejou na ONU, para nossa vergonha e indignação. Mesmo o uso correto da máscara, ele só o fez por força do protocolo de saúde’, acrescentou.
O colunista Ricardo Kertzman, do jornal Estado de Minas, indicou que o ex-militar ‘desfilou uma série de mentiras, mistificações e meias-verdades’.
Duvido que qualquer chefe de Estado que se preze tenha prestado a menor atenção ao discurso do psicopata, ele comentou.
Mesmo assim, acrescentou, ‘não será fácil assistir ao noticiário local e não ter vergonha do que dirão sobre ele, nos principais canais de televisão dos Estados Unidos. E desta vez não haverá (ex-presidente Donald) Trump para distrair a multidão’.
mem / ocs / hb/gdc