Em declarações ao canal TVN, Demetrio Santamaría, do Coordenador Nacional de Transporte de Carga Contentorizada (Cntcc), assegurou que ‘estamos cansados do diálogo, queremos que este problema seja resolvido de uma vez por todas com a presença do Presidente da República (Laurentino Cortizo)’.
O líder sindical falou com jornalistas ontem à noite da entrada do porto de Balboa, na entrada para onde estacionaram seus caminhões, enquanto uma longa fila também ocupa caminhos em ruas próximas, e a mesma situação ocorre nas proximidades da Zona Franca de Colón do norte e em Paso Canoas, na fronteira com a Costa Rica.
Por sua vez, Gilberto Soto, presidente da Cntcc, falou anteriormente com o jornal La Estrella de Panamá, e confirmou que eles estão relutantes em aceitar qualquer negociação, a não ser que duas companhias de navegação estrangeiras saiam do negócio de movimentação de contêineres terrestres e que Cortizo é o garantidor dessa decisão.
‘Estamos esperando pela boa vontade do governo. A liderança do transporte de carga nunca foi intransigente ao diálogo’, disse ele e ratificou que até ‘terem algo firme’, eles manterão a greve.
Ontem, o presidente da Câmara de Comércio, Indústria e Agricultura do Panamá (Cciap), José Ramón Icaza, anunciou um diálogo entre transportadores de carga e representantes das empresas de navegação, com o objetivo de encontrar uma solução entre as partes e conseguir o levantamento da greve.
Cciap assumiu o papel de mediador entre as partes em conflito e o executivo para buscar ‘um acordo que ponha um fim à controvérsia’, disse Icaza, ao mesmo tempo em que apelava para o respeito aos acordos previamente alcançados e à lei.
Em uma declaração, o sindicato disse que estes transportadores expressaram seu desconforto porque as companhias marítimas prestam serviços de carga terrestre, mas as ‘companhias marítimas indicam que, em conformidade com a lei, não estão prestando tal serviço’.
Entretanto, a Cntcc denunciou práticas abusivas e desleais de algumas empresas de navegação, ‘como a Maersk e a MSC, entre outras, que estão monopolizando o negócio, impactando negativamente toda a cadeia logística em nosso país’.
O assunto em discussão prejudica os trabalhadores dos transportes, os despachantes aduaneiros, os serviços auxiliares dos armadores marítimos, a cadeia de abastecimento e as agências de carga, de acordo com o sindicato, cuja reivindicação data de 2019, perante vários ministérios e instituições estatais.
A fonte denunciou que esta situação causou o fechamento de pequenas empresas com a afetação de funcionários, enquanto previa o risco para 100.000 empregos diretos e indiretos no setor.
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