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Cuba no desafio por uma família mais inclusiva

Cuba no desafio por uma família mais inclusiva

Havana, 27 set (Prensa Latina) O anteprojeto do Código de Família de Cuba apresenta hoje uma nova norma dentro da região latino-americana com o desafio de promover uma sociedade mais inclusiva, segundo a pesquisadora Ana María Álvarez-Tabío.

A proposta reconhece diferentes papéis das pessoas no ambiente doméstico e formas de união, uma de suas principais contribuições, disse a PhD em Ciências Jurídicas da Universidade de Havana em uma entrevista com a Prensa Latina.

Ao mesmo tempo, abre a porta para o casamento igualitário e permite a criação de uma diversidade de famílias de acordo com a evolução do país.

O Código fortalece o que deveria ser o fio condutor da família: amor, afeto, acompanhamento e respeito, que pode ou não estar ligado à consanguinidade, disse ela.

Essas inovações fazem dela uma das mais revolucionárias da região, juntamente com o Código Civil e Comercial da Argentina, e em pé de igualdade com várias regulamentações europeias similares, disse.

Em meio ao debate gerado pela proposta, que está disponível ao público desde 15 de setembro, a especialista reconheceu entre seus avanços o papel de parentes próximos, como avós, tios, tias e tios e outros, na concessão de direitos afetivos.

Em geral, destaca-se o papel de cada ator dentro da família e a integração dos princípios, valores e direitos incluídos na nova Constituição, disse o pesquisador, que também é pesquisador em Direito Civil e de Propriedade Familiar.

O projeto de lei considera os vínculos estabelecidos entre mães e pais, conhecidos como madrastas ou padrastos, e seus filhos, bem como outras pessoas tão intimamente ligadas que são consideradas membros da família.

‘Ele também consegue distinguir duas formas de vida como casal: casamento e união doméstica; esta última permite que o regime econômico seja acordado por acordo entre as partes’, explicou ela.

A Constituição cubana de 1940, adotada em uma sociedade tão supostamente conservadora, equiparava parcerias a casamentos, disse.

‘Desde então, a sociedade cubana optou pelo consenso em vez do formalismo, mas para reconhecer seu efeito legal, teve que se tornar um casamento’, acrescentou ela.

De acordo com a especialista, as mudanças introduzidas nesta área permitem ao casal organizar melhor sua união e vida econômica por sua própria escolha.

Da mesma forma, o projeto de lei dá a todos a possibilidade de acesso à tecnologia reprodutiva assistida.

‘Isto significa que pessoas do mesmo sexo, especialmente homens, têm a possibilidade de se tornarem pais’, disse.

Em termos de relações parentais, o documento reforça a responsabilidade das mães e dos pais para com seus filhos, sempre em benefício dos menores.

Outra de suas contribuições é a concessão a adultos ou pessoas com deficiência da possibilidade de decidir, dando critérios ou vontade dentro dos limites de sua situação particular.

‘Além disso, ela dá um olhar específico sobre a proteção dessas pessoas, bem como dos cuidadores familiares’, insistiu Alvarez-Tabío. O documento compreende mais de 480 artigos com regras de natureza substantiva, definindo questões tais como poderes e deveres; e procedimentos, estabelecendo procedimentos.

Apresentada após 22 versões, a norma coloca Cuba em uma posição muito revolucionária, avançada e transformadora em termos de proteção que quebra paradigmas e exige uma mentalidade pluralista e inclusiva.

rgh/ebr/vmc/gdc

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