A necessidade de um plano de vacinação anti-Covid-19, garantindo o acesso equitativo aos imunizadores e implantando uma estratégia de recuperação da crise sanitária, ocupou grande parte dos discursos dos chefes de Estado e de governo que participaram da reunião.
A mudança climática e a urgência de tomar medidas para reverter os atuais danos ambientais também foram tópicos de muita discussão no plenário da Assembleia Geral.
Neste último dia do debate, vários dignitários da região da América Latina e Caribe estão na lista de oradores: da Nicarágua, Trinidad e Tobago, Dominica e Granada.
Representantes de alto nível de países em conflito, como o Iêmen, a Síria e o Afeganistão, também são esperados para falar no sexto dia do evento.
A situação no Afeganistão era uma questão de grande preocupação para alguns chefes de Estado e de governo.
O chefe da Casa Branca, Joe Biden, falou na ONU de uma nova era de diplomacia e, nesse sentido, defendeu a decisão de retirar as tropas estadunidenses do Afeganistão, que – segundo analistas – deixaram o país da Ásia Central em piores condições do que há 20 anos, quando os americanos o invadiram.
Mas o presidente alemão Frank-Walter Steinmeier, em seu discurso para a Assembleia Geral, reconheceu o fracasso da guerra liderada pelos EUA no Afeganistão, que ele viu como um momento de desencanto geopolítico.
Ele também alegou que a queda de Cabul para o Talibã marcou um antes e um depois, e admitiu que duas décadas de conflito não levaram aos resultados desejados.
Meu país compartilha essa responsabilidade, não demos aos afegãos a ordem política independente que prometemos e agora precisamos ser honestos sobre nossas escolhas e limites, disse ele.
O Primeiro Ministro indiano Narendra Modi também se referiu à situação no Afeganistão e argumentou que o território não pode ser usado para atividades criminosas.
Aqueles que usam o terrorismo como ferramenta política, acrescentou ele, devem entender que este flagelo é uma espada de dois gumes e pode ser uma ameaça para eles também.
Mais de 100 chefes de estado e de governo chegaram ao plenário da Assembleia Geral nos últimos dias, depois que a pandemia de 2020 impediu sua presença na sede da ONU em Nova York, e o debate foi realizado pela primeira vez virtualmente.
Nesta ocasião, para evitar a propagação do Covid-19, foram estabelecidos protocolos sanitários rigorosos dentro do edifício, tais como o uso de máscaras dentro de casa e distanciamento físico, enquanto muitos líderes optaram por não aparecer fisicamente e enviar seus discursos pré-gravados.
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