23 de December de 2024
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Bolivianos rejeitam ofensas à wiphala cometidas por parlamentares

Bolivianos rejeitam ofensas à wiphala cometidas por parlamentares

La Paz, 29 set (Prensa Latina) As entidades políticas, sociais e oficiais da Bolívia preveem, entre hoje e os próximos dias, atos de rechaço a recentes delitos cometidos por autoridades do departamento de Santa Cruz contra a bandeira nacional da wiphala.

Uma das ações de destaque será na sexta-feira, quando jovens de La Paz reivindicarão aquele símbolo de origem indígena, ofendido no dia 24 de setembro e novamente nesta terça-feira por seguidores do político de direita e governador Luis Fernando Camacho.

A mobilização, que representará entidades das 20 províncias de La Paz, defenderá esse símbolo autóctone, que um grupo de parlamentares discriminou nesse dia e tirou de seu mastro no ato do 211ú aniversário do Grito Libertário de Santa Cruz .

O Movimento ao Socialismo solicitou ontem que ao procuradoria que julgasse de oficio as ofensas perpretadas em Santa Cruz contra o símbolo nacional.

Membros da bancada da organização invocaram o artigo 225 da Carta Magna para aquela instância para ‘investigar os atos de violação de direitos fundamentais, liberdade de pluralismo ideológico e liberdade de expressão’.

Representantes de setores sociais desse departamento oriental marcharam no dia anterior à governança com reivindicações semelhantes ao wiphala.

A Federação Especial dos Trabalhadores Camponeses do Trópico de Cochabamba condenou a indignação e exigiu que o Ministério Público aja contra Camacho e outros correligionários, como o presidente do Comitê Cívico de Santa Cruz, Rómulo Calvo.

O Governo caracterizou estas ações como ‘separatistas e racistas’ e como ‘indignação contra os Wiphala’, a primeira delas durante o citado aniversário da fundação de Santa Cruz.

Um grupo de parlamentares do partido Creemos, liderado por Camacho, retirou ontem a bandeira indígena, um dos dois símbolos nacionais, junto com o tricolor (vermelho, amarelo e verde).

Os aliados de Camacho, um dos gestores do golpe de 2019 contra o presidente Evo Morales, chamaram de ‘vândalos e criminosos’ aqueles que colocaram o wiphala no prédio do governo, estabelecido na Constituição Política do Estado.

‘Além disso, a Assembleia dos Creemos aprovou também uma lei que viola a Carta Magna e demais regulamentos em vigor e atribui poderes à Assembleia Legislativa Plurinacional’, declarou o deputado departamental de esquerda Hugo Valverde.

O wiphala (termo da língua Aymara) é uma bandeira quadrangular de sete cores utilizada pelas etnias dos povos originários dos Andes.

ga/apb/cm

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