Precisamente nesta quarta-feira, 29 de setembro, foi anunciada a autorização destas organizações, iniciadoras da transformação dos atores econômicos da ilha, processo que se complementa com as reformas das cooperativas não agrícolas e do trabalho autônomo (privado).
A introdução desta nova forma de gestão, estatal ou não, está baseada em um pacote de normas jurídicas que entrou em vigor em 20 de setembro, em plena correspondência com o desenho do modelo econômico cubano e a Constituição da República.
O edital divulgado pelo Ministério da Economia e do Planejamento (MEP) especifica que das 35 MPMEs autorizadas, 32 são privadas e três são estaduais, conforme permitido pelo pacote legal para sua implantação em todo o território nacional.
Iniciou-se assim a criação destas novas organizações, que passarão de imediato à sua constituição como entidades jurídicas a exercerem, com um papel dinamizador no atual cenário económico, em prol do desenvolvimento e diversificação da produção com maior valor acrescentado local e promoção do emprego e o bem-estar da sociedade.
O MEP destacou que neste primeiro grupo se destacam as atividades priorizadas, com 13 MPMEs para a produção de alimentos, seis para a indústria, três relacionadas com atividades de reciclagem e outras três incubadas no Parque de Ciência e Tecnologia de Havana.
Essas novas empresas estão distribuídas em 11 das 15 províncias do país. Além disso, dos 35 criados, 10 já realizavam operações de exportação e cinco pertencem a projetos de desenvolvimento local.
Pela sua origem, 20 destes negócios são uma reconversão de trabalhadores por conta própria (privados) para a nova forma de gestão não estatal, enquanto os outros 15 são recentemente criados.
A constituição de MPMEs e cooperativas não agrícolas insere-se no aperfeiçoamento dos atores envolvidos, processo que visa colocar em seu devido lugar todas as formas de gestão que compõem a economia cubana, a fim de potencializar suas potencialidades e contribuir com a socioeconômica. desenvolvimento do país, afirmou o eurodeputado.
Além disso, não são concebidas como empresas de segunda mão ou de subsistência, mas para gerar alto valor agregado, contribuir para o produto interno bruto do país e ter potencial profissional.
Tampouco se limitam a associar-se a capitais estrangeiros ou cubanos, residentes permanentes no país ou fora dele, e formar uma joint venture, o que não contraria as políticas estabelecidas no país, levando em consideração os setores prioritários para tal.
É um desenho que inclui todas as formas de gestão para dinamizar a economia previstas na Lei do Investimento Estrangeiro, ao qual se junta a capacidade concedida às MPME, cooperativas não agrícolas e trabalhadores privados para exportar e importar, sempre através de entidades estatais.
Algo muito importante é o fato de não significarem de forma alguma uma regressão ao capitalismo, pelo contrário, são para o socialismo perfeito porque é um projeto socialista, não de natureza capitalista ou neoliberal, para o qual se pretende evitar qualquer manifestação de concentração da propriedade e da riqueza por ela gerada.
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