A agenda incluiu a discussão da situação na Líbia, Afeganistão, Nagorno-Karabakh e Síria, sobre a qual concordaram com a necessidade de expulsar os terroristas presentes na província de Idlib, de acordo com os acordos alcançados anteriormente entre as partes.
O chefe de Estado russo reconheceu que as negociações entre os dois países ‘às vezes são difíceis, mas com um resultado final positivo’, porque aprenderam a encontrar compromissos benéficos para ambas as partes.
A cooperação nas esferas econômica, comercial e industrial foi outra prioridade da reunião. Putin salientou que em 2020 o comércio mútuo caiu mais de 20% devido ao impacto do Covid-19, mas até agora este ano ele cresceu mais de 55%.
Ele apontou que no momento os investimentos turcos na Rússia totalizam 1,5 bilhões de dólares, enquanto os investimentos turcos na economia turca são da ordem de 6,5 bilhões de dólares.
Sobre turismo, ele lembrou que cerca de 6,8 milhões de turistas russos visitaram a Turquia em 2019 e apenas 1,5 milhões em 2020, outra consequência da pandemia. Entretanto, ele disse que 2,5 milhões já chegaram ao país este ano.
Erdogan significou a luta conjunta contra o coronavírus SARS-CoV-2. Sobre o assunto, o presidente russo acrescentou que ‘isto ajudará a recuperação da economia e, em particular, do setor de turismo’.
Eles também discutiram a cooperação energética, em particular o progresso dos trabalhos na usina nuclear de Akkuyu, na província turca de Mersin, com participação russa, e a possibilidade de construir mais duas usinas nucleares em conjunto na Turquia.
Eles também destacaram a operação do gasoduto TurkStream, um projeto da Gazprom para transportar combustível russo para a Turquia e vários países da UE.
Falando à imprensa ao retornar da viagem, o presidente turco não descartou que Ancara começaria a cooperar com Moscou em mais áreas, incluindo a construção naval e o desenvolvimento de motores a jato para caças.
Os observadores políticos dizem que ‘nem tudo é cor-de-rosa’ nesta relação, dado que dias antes da reunião, Erdogan disse à 76ª sessão da Assembleia Geral da ONU que seu país não reconhece a reunificação da Crimeia com a Rússia.
O porta-voz presidencial Dmitry Peskov disse que o Kremlin lamentou tais declarações, mas também advertiu que a questão não faria parte das conversações dos líderes sobre o Mar Negro.
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