De acordo com o anúncio da Academia Sueca de Ciências, o italiano Parisi, 73, professor da Universidade de La Sapienza, em Roma, foi recompensado por suas contribuições revolucionárias à teoria dos materiais desordenados e processos aleatórios.
‘Os sistemas complexos são caracterizados pela aleatoriedade e desordem, razão pela qual são difíceis de entender. Suas descobertas estão entre as contribuições mais importantes para a teoria dos sistemas complexos’, disse o comunicado da instituição.
Ele ressaltou que os estudos do italiano possibilitaram compreender e descrever muitos materiais e fenômenos diferentes e aparentemente completamente aleatórios, incluindo o comportamento de sistemas complexos em nível microscópico.
O trabalho de Parisi tem aplicações não só na física, mas também em outras áreas, como matemática, biologia, neurociência e aprendizado de máquina (setor de inteligência artificial)
A Academia Sueca de Ciências, que concede os prêmios desde 1901, também detalhou que um sistema complexo de vital importância para a humanidade é o clima da Terra.
Nessa linha, foram ganhadores também, o japonês Syukuro Manabe, meteorologista de Princeton, nos Estados Unidos; e ao alemão Klaus Hasselmann, do Instituto Max Planck de Meteorologia, por lançar as bases para o conhecimento do clima da Terra e de como a humanidade o influencia.
Manabe, de 90 anos, demonstrou como os níveis crescentes de dióxido de carbono na atmosfera levam ao aumento das temperaturas na superfície do planeta e, na década de 1960, liderou o desenvolvimento de modelos físicos do clima.
Ele foi a primeira pessoa a explorar a interação entre o balanço de radiação e o transporte vertical de massas de ar. Seu trabalho lançou as bases para o desenvolvimento dos modelos climáticos atuais.
Uma década depois, Hasselmann criou um modelo que liga o tempo e o clima, respondendo assim à pergunta de por que os padrões climáticos podem ser confiáveis, embora o clima seja mutável e caótico.
Ele também desenvolveu métodos para identificar sinais específicos, impressões digitais, que fenômenos naturais e atividades humanas imprimem no clima.
Seus métodos têm sido usados para mostrar que o aumento da temperatura na atmosfera é devido às emissões humanas de dióxido de carbono.
‘As descobertas reconhecidas este ano demonstram que nosso conhecimento do clima se apóia em uma base científica sólida, com base em análises rigorosas de observações’, disse Thors Hans Hansson, presidente do Comitê Nobel de Física.
Todos os premiados deste ano nos ajudaram a obter uma visão mais profunda das propriedades e da evolução de sistemas físicos complexos, disse ele.
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