Este será o tema principal da reunião com a delegação do país vizinho liderada pelo Secretário de Estado, Antony Blinken, e com a delegação mexicana liderada pelo Ministro das Relações Exteriores Marcelo Ebrard, uma vez que a rodada de trabalho se inicie após a visita ao Palácio Nacional.
O México está comprometido com a cooperação entre os dois governos com o objetivo de promover investimentos para o desenvolvimento econômico e o bem-estar social, tomando como modelo dois programas que o Presidente López Obrador está implementando com sucesso no sul do país.
A principal delas é o reflorestamento desta área com centenas de milhares de árvores frutíferas e madeireiras que dão emprego a dezenas de milhares de camponeses e garantem uma renda estável e digna que não exige a migração dos beneficiários.
Um segundo programa, não menos importante, é empregar aprendizes em ofícios, conhecidos como Jóvenes sembrando el futuro, pois enquanto aprendem um ofício, recebem um subsídio adequado para cobrir suas necessidades sem afetar a economia familiar ou ter que buscar dinheiro através de canais ilícitos.
O México espera que Washington adote ambos os planos com investimentos significativos na Guatemala, Honduras, El Salvador e sul do México, considerados como os maiores centros de migração para os Estados Unidos.
Tais programas seriam complementados pelos compromissos de Washington de conceder vistos temporários aos beneficiários para trabalhar durante a época da colheita nos Estados Unidos e, eventualmente, qualificar-se para o visto de trabalho permanente.
O governo de Joe Biden não tem uma posição totalmente transparente sobre o assunto, embora tenha dito que se deve buscar uma solução para o êxodo que seja diferente daquelas que prevaleceram até agora, mas sem descartar os métodos coercitivos, aos quais o México se opõe.
Um dos pontos de desacordo é precisamente o Plano Mérida, que é basicamente militar e repressivo e fornece ao exército mexicano armas e helicópteros de guerra, que López Obrador rejeita pessoalmente.
Entretanto, informações dos Estados Unidos indicam que ontem, em um evento público, apenas algumas horas antes do início do diálogo, Biden mencionou a necessidade de reativar e atualizar o Plano Mérida com um novo acordo de segurança que, segundo os observadores, implica um ingrediente militar não aceito pelo México para a solução do êxodo da América Central.
Segundo fontes norte-americanas, este novo acordo, que não foi discutido abertamente, será um dos pontos principais das discussões que os visitantes apresentarão aos anfitriões.
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