A iniciativa partiu do líder do PN, Carlos Iafiglioga, e consiste em ‘desestimular o aborto’ entre pessoas de ‘alta vulnerabilidade social e econômica’, o que para a contraparte é ‘consistente com a ideologia conservadora e em muitos casos fundamentalista’.
O ex-vice-deputado liderou anteriormente uma campanha fracassada para revogar por referendo a Lei Integral para Pessoas Trans, adotada pelo Parlamento em 2018.
Para sua nova proposta, firmou parceria com a organização não governamental Ceprodih que trabalha para que as mulheres continuem com uma gravidez indesejada e ‘atendam e promovam as famílias mais vulneráveis, principalmente mulheres com filhos em situação de alto risco social’, conforme afirma em seu site na Internet.
Em nota assinada por 12 entidades, as manifestações do dirigente do PN são repudiadas e rejeitam ‘que o Estado uruguaio permita a instalação de práticas ilegais contrárias às leis em vigor que estabelecem o direito da mulher de interromper a gravidez nos termos e condições nelas estabelecidas’.
Destacaram em referência a declarações do Presidente da República, Luis Lacalle Pou, há um ano na agenda ‘pró-vida’ de seu governo, que o Uruguai ‘segundo a Constituição, é um Estado laico, e como tal, orientações religiosas e fé não podem interferir nas políticas públicas ou em nenhum organismo do Estado’.
Também asseguram que ‘nós que defendemos o direito ao aborto, defendemos o direito à vida, a integridade física e emocional, o direito à dignidade, o direito à saúde, entre outros, das mulheres, meninas e adolescentes’.
As organizações que assinaram a declaração são: Asociación Civil El Paso, Aire.uy, Colectiva Mujeres, Cotidiano Mujer, Cooperativa Mujer Ahora, Iniciativas Sanitarias, IELSUR, Instituto Mujer y Sociedad, Mujer y Salud Uruguay (MYSU), PLEMU y Red Uruguaya contra la violencia doméstica y sexual
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