Os parlamentares da oposição reuniram 15 assinaturas para tramitar na Câmara dos Deputados o recurso contra o presidente por atentar contra a honra da nação, a Constituição e as leis.
Segundo documentos vazados pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, em colaboração com a mídia chilena Ciper e LaBot, em 2010 Piñera e sua família venderam ações do projeto Dominga por 152 milhões de dólares ao amigo e empresário Carlos Alberto Délano.
Parte dessa transação foi realizada no paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas e o pagamento teve de ser realizado em três parcelas, a última das quais condicionada à não declaração da área do depósito como área de proteção ambiental.
‘Acreditamos que a gravidade dos acontecimentos é de tal magnitude que nenhum órgão do Estado pode ficar inerte e sem agir’, declarou o chefe do ‘Partido por la Democracia’, Raúl Soto.
Enquanto isso, Claudia Mix, legisladora do Partido Comunes, garantiu que existe um apoio transversal da oposição à iniciativa, e até mesmo alguns parlamentares de direita estão dispostos a revê-la.
A acusação constitucional é dirigida às autoridades designadas de incorrer em qualquer infração que justifique a sua destituição ou desqualificação do exercício do cargo ou de qualquer outra função pública, e necessita de 78 votos na Câmara Baixa e dois terços no Senado para a sua aprovação.
Os legisladores esperam que ela possa ser analisada até 21 de novembro, quando ocorrerá o primeiro turno das eleições presidenciais e parlamentares.
Além da possibilidade de julgamento político, Piñera foi autuado pela Procuradoria por crimes tributários e suborno na venda da mineradora.
oda/car/cm