O filme, dirigido por Jonal Cosculluela e Maritza Ceballos, enfoca a complexa situação da saúde e a realidade incerta dos seres humanos por trás das máscaras e dos fatos protetores.
A apresentação especial do filme recordará os primeiros momentos do vírus SARS-CoV-2 na ilha, um contexto triste, mas que também demonstrou a coragem humana de médicos, enfermeiros e outros profissionais da saúde, que se adiantaram diante de uma doença desconhecida e letal.
Segundo Ceballos, o filme é uma história desafiadora que nos permite examinar os valores essenciais dos seres humanos em uma época em que era impossível tocar, beijar ou abraçar nossos entes queridos.
O primeiro de uma série de sessões especiais organizadas pelo Instituto Cubano de Arte e Indústria Cinematográfica por ocasião do Dia da Cultura Cubana, o filme foi realizado por uma pequena equipe de cineastas (cinco pessoas), que começou a filmar quando o primeiro caso foi detectado no país caribenho.
‘Os abraços foram muito raros, uma das coisas que mais nos perturbou foi a falta de afeto, de contato com outros seres humanos. Houve muitas coisas que nos impactaram a todos em nível pessoal e social’, lembrou Ceballos.
A única coisa que sabíamos era que você poderia morrer e realmente, uma vez que assumimos, não me arrependo de nada, foi uma experiência única.
O que nos tornou mais sensíveis foram essas pessoas atrás das máscaras, que eram tão incertas quanto nós, mas elas estavam lá, ‘elas não iam para casa, não descansavam, trabalhavam praticamente o tempo todo longe de suas famílias, era muito difícil’, disse o co-diretor do documentário.
A equipe visitou todos os hospitais de Havana dedicados ao atendimento de pacientes infectados pelo Covid-19 até dezembro de 2020, razão pela qual o material inclui números e detalhes tanto de cuidados pediátricos como de adultos, enfermarias, terapias intensivas e outras áreas, muito antes do pico pandêmico experimentado em 2021.
O filme ‘ Volverán los abrazos’ reflete o valor da empatia, do afeto, ‘a responsabilidade que temos com as outras pessoas, mesmo que não as conheçamos’, enfatizou o cineasta, destacando que pouco a pouco os sinais de afeto voltaram, como o filme previu.
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