A associação de Moscou com a solução do problema é tal que o nome do presidente russo Vladimir Putin e do país vem à tona em todas as discussões internacionais sobre o assunto que vem à tona. Não importa que ontem o primeiro vice-presidente da Comissão Europeia Frans Timmermans tenha assegurado ao canal de televisão BTV que a Gazprom da Rússia cumpre plenamente os contratos de longo prazo de fornecimento de gás ao bloco da UE e não manipula os preços nesse mercado.
Na quarta-feira passada, durante seu discurso no fórum da Semana Russa da Energia, Putin havia dito o mesmo, acrescentando que o país nunca recusou novos pedidos de seus parceiros, mesmo fora dos contratos.
‘Nos períodos difíceis de outono e inverno dos últimos anos, se nossos parceiros nos pedissem para aumentar os suprimentos, mesmo além de nossas obrigações contratuais, sempre o fazíamos’, disse ele no evento.
Ele disse que a estabilidade e a previsibilidade são importantes para qualquer mercado e insistiu que a Rússia está trabalhando firmemente para fortalecer a segurança energética de todo o continente europeu nos próximos anos.
Ele deu como exemplos os projetos de infraestrutura Turkish Stream, Balkan Stream, Nord Stream 1 e Nord Stream 2, implementados em conjunto com empresas europeias, o que levará a uma redução significativa na produção de gases de efeito estufa.
O chefe de Estado destacou que a Gazprom da Rússia produz mais de 500 bilhões de metros cúbicos de gás, ‘a produção está crescendo e continuará a crescer’, enquanto suas reservas excedem 35 trilhões de metros cúbicos.
Ele advertiu que enquanto as acusações continuam a ser feitas à Rússia por desestabilizar os preços dos combustíveis, o país está aumentando o abastecimento da Europa, que atualmente gera cerca de 54 bilhões de metros cúbicos de gás por ano.
‘A produção está caindo, tanto no Reino Unido, como na Holanda e na Noruega, e pelo que parece, continuará caindo’, disse ele.
‘Há todas as condições para atingir um volume recorde de fornecimento de gás no mercado mundial até o final do ano. Além disso, sempre encontramos nossos parceiros na metade do caminho e estamos prontos para discutir outras ações’, enfatizou ele. O presidente russo advertiu que os altos preços da energia podem ter consequências negativas para todos, incluindo as empresas produtoras, pois um aumento drástico empurrará o consumo para baixo e, portanto, diminuirá a produção.
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