O titular da CPI, Omar Aziz, confirmou a apresentação nesta quarta-feira do documento elaborado pelo senador Renan Calheiros na qualidade de relator.
De acordo com o portal de notícias G1, foi elaborada uma nova versão do comunicado e ampliado o número de pessoas e empresas que serão acusadas de cometer crimes durante a pandemia Covid-19, que até o momento já custou 603.855 vidas perdidas no país e 21.664.879 infecções.
A adaptação do texto começou a ser enviada aos senadores na noite de segunda-feira e no início da sessão da diretoria na terça-feira, Aziz antecipou que faria recomendações diante de denúncias e omissões contra o governador do Estado do Amazonas.
Calheiros insistiu que o relatório final vai refletir o pensamento da maioria do conselho e está aberto a sugestões.
A minuta do relatório, que ainda pode sofrer alterações até esta quarta-feira, tem mais de 1.100 páginas.
Para o relator, o governo federal foi ignorante e optou por agir de forma não técnica e negligente, descuidada para enfrentar a pandemia, expondo deliberadamente a população a um risco concreto de infecção maciça.
De acordo com o conteúdo, o Governo manteve um gabinete paralelo de apoio a medidas na área da saúde contra as evidências científicas.
Da mesma forma, atuou com o intuito de imunizar a população por meio da chamada imunidade de rebanho, priorizou o chamado tratamento precoce sem respaldo científico de eficácia, atuou contra a adoção de medidas não farmacológicas, como o distanciamento social e o uso de máscaras.
O governo Bolsonaro também ‘agiu deliberadamente para atrasar a compra das vacinas, em evidente desrespeito pela vida dos brasileiros’, afirma o relatório conclusivo.
Com a radiografia, o relator garante que foram cometidos 24 crimes diferentes, entre homicídio, crimes contra a humanidade, genocídio de indígenas, corrupção, fraude em licitações, prevaricação e falsificação de documentos.
O laudo deve recomendar que 69 pessoas sejam processadas, além de duas empresas, a VTCLog e a Precisa Medicamentos, esta última envolvida na suposta corrupção na venda da vacina Covaxin para o executivo.
Calheiros deve pedir a indiciamento de Bolsonaro por 11 crimes, entre eles o genocídio de indígenas, um ponto sobre o qual não há consenso.
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