Estudiosos renomados que se opõem à narrativa de fraude eleitoral apoiada pela OEA apresentarão seus relatórios em uma reunião acadêmica na sede da organização em Washington, disse Héctor Arce, embaixador na OEA.
A reunião presencial de especialistas, intitulada ‘O que aconteceu no final das eleições de 2019 na Bolívia? Os especialistas compartilham suas conclusões’, analisará em detalhes estes estudos, que demonstram a inexistência de fraudes nas eleições, acrescentou ele.
O embaixador na OEA acrescentou que a exposição das investigações deixará clara a inexistência de ‘manipulação maliciosa’ nos resultados eleitorais, segundo a Agência Boliviana de Informação (ABI).
Quanto mais trabalho for feito na busca da verdade, ‘melhor defenderemos e fortaleceremos nossa democracia’, disse o diplomata, referindo-se ao golpe de Estado de direita daquele ano que expulsou do poder o presidente constitucional Evo Morales.
A Procuradoria Geral local iniciou na semana passada um processo de verificação de todos os registros eleitorais computados nas eleições gerais de 2019, cujos resultados também descartaram a suposta fraude.
Por sua vez, o embaixador da Bolívia na ONU, Diego Pary, desacreditou o relatório da OEA sobre as eleições, porque ‘faltava apoio e critérios estatísticos e não era uma auditoria estatal como solicitado’.
O evento da OEA desta sexta-feira, disse ele, incluirá especialistas do Centro de Pesquisa Econômica e Política dos Estados Unidos (CEPR) ‘que investigaram o trabalho fraudulento endossado por seu secretário geral, Luis Almagro’.
Segundo Pary, a reunião, convocada pelas missões da Argentina e do México, incluirá também acadêmicos de universidades que analisaram a contagem dos votos e o relatório da OEA e acreditam que ela ‘tinha apenas intenções políticas’.
A mídia local lembrou um artigo na edição de 7 de junho de 2020 do New York Times sobre um estudo que confirmou falsas alegações da OEA em relação à contagem dos votos nas eleições de 2019.
Essas alegações, baseadas em uma análise estatística ‘falsa’, segundo o Times, alimentaram a hipótese de fraude eleitoral que contribuiu para a saída forçada do então presidente Evo Morales, informou a ABI.
O CEPR, um grupo de reflexão progressista, examinou as irregularidades em um relatório de 82 páginas, também publicado no Times, que rejeitou as irregularidades ‘como prova de uma suposta alteração maliciosa do resultado da eleição’.
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