“Até agora, a situação é tal que não foi realmente possível chegar a um acordo. Há uma dívida da Moldávia com a Gazprom, uma dívida muito séria e crescente”, disse Peskov a imprensa.
Explicou que o conflito entre as partes gira em torno do pagamento desta dívida, o que é fundamental para se chegar a um novo contrato.
Entretanto, enfatizou que a companhia de gás russa concorda em avançar no diálogo e se for possível encontrar opções mutuamente benéficas, informou a agência de notícias TASS.
O porta-voz presidencial observou que a ausência de acordos de gás com a Moldávia não afeta de forma alguma a imagem da política externa da Rússia e da Gazprom.
Peskov chamou a atenção para repetidas declarações de líderes europeus e chefes de empresas que são contrapartes do gigante russo sobre sua seriedade no cumprimento de todos os compromissos assumidos.
“Isto não tem nada a ver com a imagem da Gazprom, esta é uma questão absolutamente comercial”, disse ele, enfatizando que “a Gazprom não pode dar gás e não pode perdoar dívidas, é uma empresa comercial”.
Na sexta-feira, Andrei Spinu, vice-primeiro ministro da Moldávia e ministro da infraestrutura e do desenvolvimento regional, disse que continuaria as negociações sobre os termos de um novo contrato de fornecimento de gás russo, que começou na sede da Gazprom em São Petersburgo há dois dias.
No ano passado, a empresa forneceu três bilhões e meio de metros cúbicos de gás ao país, um aumento de 5,5% em relação a 2019 (dois bilhões e meio de metros cúbicos).
A nação está atualmente passando por uma escassez de gás, já que seu contrato com a Gazprom expirou no final de setembro, enquanto as negociações de um contrato de longo prazo continuam.
A empresa pediu às autoridades de Chisinau que reembolsassem a dívida de US$709 milhões do país. A Gazprom está oferecendo opções para que o pagamento seja feito em parcelas e está disposta a oferecer um desconto de 25% para o gás, mas a Moldávia ainda não aceitou.
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