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Governo israelense ameaça implodir

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Governo israelense ameaça implodir

Tel Aviv, 30 out (Prensa Latina) Com apenas quatro meses, a aliança governamental israelense está pisando em ovos e ameaçando entrar em colapso, um problema que parece estar se aproximando cada vez mais.

A coalizão nasceu com uma falha visível: um amplo espectro ideológico que torna muito difícil, se não impossível, chegar a um consenso, especialmente quando se trata da questão palestina.

Somente o retorno ao poder de Benjamin Netanyahu, que governou durante 15 anos, 12 deles ininterruptamente, une um setor da extrema direita, agrupado em torno do partido Yamina, os pacifistas de Meretz, os islamistas de Raam, e os trabalhistas.

A lista é completada pelo Azul e Branco, liderado pelo Ministro da Defesa Benny Gantz, e pelo Futuro, da Chanceler Yair Lapid, que, segundo o pacto, deverá substituir Bennett em 2023.

O canal 12 revelou recentemente comentários do primeiro-ministro e líder da Yamina Naftali Bennett que confirmam o pessimismo dentro do bloco.

O chefe de governo acredita que Lapid não terá tempo para substituí-lo, pois a aliança entrará em colapso antes disso.

“A rotação não ocorrerá. O governo provavelmente se dissolverá entre (a adoção do) orçamento – que está programado para ser votado em novembro – e a data acordada por uma variedade de razões”, salientou o político, em comentários posteriormente confirmados por seu gabinete.

O número dois de Yamina e o ministro do Interior Ayelet Shaked foram mais longe, deixando em aberto a possibilidade de desconsiderar o acordo de sucessão, mesmo que a aliança esteja unida até 2023.

“Não tenho comentários a fazer sobre isso. Não sei o que vai acontecer. Depende da existência ou não de uma crise. Veremos”, disse Shaked em outro áudio também lançado pelo Canal 12, no qual ele critica tanto Lapid quanto Gantz.

De acordo com a mídia nacional, membros do gabinete suspeitam de manter conversas secretas com a comitiva de Netanyahu, líder da oposição ultra-nacionalista, com a qual ela compartilha afinidades ideológicas.

As gravações são os últimos sinais de fissuras crescentes dentro da coalizão diversificada, observou o jornal online The Times of Israel.

Mas estes comentários são apenas a ponta do iceberg das profundas diferenças dentro do governo, como as ações de Gantz contra os palestinos deixaram claro.

O ministro da defesa declarou pela primeira vez seis organizações não governamentais palestinas que operam na Cisjordânia como terroristas na semana passada e dias depois deu luz verde (sem consultar outros atores no executivo) para a construção de 3.144 novas casas para colonos judeus.

Ambas as ações provocaram indignação no trabalhismo e Meretz, cujos deputados abriram fogo sobre o funcionário.

Os líderes do Partido Trabalhista, Merav Michaeli e Meretz, Nitzan Horowitz, criticaram tanto Bennett quanto Gantz pela decisão, que não foi consultada com os outros membros da aliança governamental.

O jornal Jerusalem Post revelou que ambos estão “cansados de serem surpreendidos” pelas ações de Gantz e do resto dos ministros de direita.

Os trabalhadores criticaram em um tweet “aqueles que fazem declarações políticas com implicações internacionais de forma irresponsável, descoordenada e despreparada, e aprovam a construção de três mil unidades habitacionais na Judéia e Samaria (Cisjordânia)”.

Para muitos israelenses, a questão não é se, mas quando a aliança se separará, pois Netanyahu e a oposição de extrema-direita que ele lidera esfrega as mãos sobre a possibilidade de eleições antecipadas.

msm/rob/vmc

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