Na sessão desta terça-feira, vários líderes de África e de países que sofrem os efeitos da crise ambiental deverão intervir, após uma sessão de abertura repleta de advertências apocalípticas e o reconhecimento dos palestrantes de que estamos perante uma emergência climática.
O anfitrião da reunião, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, exibiu sua habitual linguagem grandiloquente ao comparar a situação a um filme de James Bond em que o lendário espião inglês está diante de uma bomba e tem pouco tempo para decidir qual fio cortar antes de estourar.
“O trágico é que este não é um filme e o artefato explosivo é real”, disse o governante conservador, que também alertou seus colegas que as gerações futuras não nos perdoarão se a COP26 falhar.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse, por sua vez, que não há mais tempo para discussões ou para ver os touros da arquibancada.
“Este é um desafio para o nosso esforço coletivo e a cada dia que perdemos, o custo dessa inação aumenta”, observou Biden, que pediu uma resposta em Glasgow ao “chamado da história”.
O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, destacou que o vício em combustíveis fósseis está levando a humanidade ao limite e pediu que deixemos de usar a natureza como “vaso sanitário”.
Quase no final da sessão de abertura, o primeiro-ministro da Índia, Narendra Mori, anunciou que seu país, considerado um dos maiores emissores de gases de efeito estufa, tem como meta alcançar a neutralidade de carbono até 2050, 20 anos após a meta fixada em 2015 no Acordo de Paris.
A COP26, que vai até 12 de novembro, é vista como uma das últimas oportunidades para adotar planos para limitar a temperatura global a 1,5°C e reduzir as emissões poluentes a zero.
Paralelamente ao evento que acontece no Campus Escocês de Eventos, milhares de ativistas, incluindo a jovem estudante sueca Greta Thunberg, permanecem nas ruas de Glasgow para lembrar aos líderes mundiais a necessidade de tomar medidas urgentes para conter a crise climática.
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