Na carta, a que a Prensa Latina teve acesso por cortesia da diretora do documentário Herencia, sobre as raízes cubanas, explica que há sete meses a missão diplomática “tem diariamente congregações de manifestantes em frente à sua sede”.

“Algumas reuniões que não obedecem ao facto da livre manifestação que a Constituição espanhola inclui no seu artigo 21º. No entanto, e ao contrário do referido artigo, estas congregações têm tido pouca paz e têm ido além da tranquilidade e da harmonia”, sentenciou.

No texto dirigido a Joan Ignasi Elena García, Ministra do Interior da Generalitat de Catalunya, assegurou que durante esse período foram feitas ameaças de morte, mensagens de ódio, insultos, humilhações, afrontas e todo tipo de ofensas contra os funcionários consulares e diplomatas de Cuba.

“Estes acontecimentos, que são do conhecimento público, ignoram que estes funcionários levam uma vida, que têm um lar, famílias com filhos menores que foram deixados em situação de vulnerabilidade”, afirmou.

Andaluza, mas radicada em Barcelona há 10 anos, Ana Hurtado enviou várias perguntas às autoridades da Catalunha.

É suficiente proteger esses diplomatas com uma viatura policial algumas horas por dia em frente ao prédio (na maioria das vezes quando o Consulado Geral está fechado)? As autoridades catalãs oferecem o mesmo tratamento e proteção aos restantes consulados acreditados em Barcelona, por exemplo, dos Estados Unidos, Marrocos ou Colômbia?

A jovem cineasta e especialista em audiovisual exigia em sua carta o fim dessas provocações e o cumprimento dos acordos das convenções internacionais e das legislações nacionais, “diante do pudor de cidadã pelo tratamento que esses funcionários estão recebendo. ”

Em entrevista anterior à Prensa Latina, Ana Hurtado lembrou que foi a Cuba em 2017 com a ideia de filmar o que seria uma amostra bucólica da realidade caribenha, mas mudou de ideia antes ‘da força de afrodescendentes, raízes e cubanidade”.

Quem é treinado como repórter, é assustador detectar quanta manipulação existe em Cuba e como o mesmo modelo que os Estados Unidos tentaram contra a Venezuela, tentando provocar sua queda, está agora sendo repetido com a ilha”, refletiu ela.

Ela também se expressou “cem por cento” como crítica absoluta ao cerco financeiro, comercial e econômico contra Cuba.

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