O portal de notícias G1 informa que o recurso foi apresentado pela Rede Sustentabilidade (REDE) e pede o pagamento de uma multa de 100 mil reais (pouco mais de 18 mil dólares) por agressão. Toffoli pediu informações ao presidente de extrema direita sobre os casos.
A REDE exige ainda que o chefe de Estado seja obrigado “a adotar imediatamente todos os meios necessários para garantir o livre exercício da imprensa e a integridade física dos jornalistas e demais profissionais da mídia durante a cobertura dos atos do presidente”.
Após o exame no STF, também serão ouvidos os Procuradores-Gerais da União e da República, que terão cinco dias para se manifestar.
O pedido, então, será levado à análise final pelo plenário do STF, embora ainda não haja data para o julgamento.
Repórteres brasileiros denunciaram ataques durante ato em Roma, no dia 31 de outubro, a favor do Bolsonaro, no último dia da Cúpula do G20, grupo das economias mais fortes do mundo e da União Europeia.
Descreveram que naquele dia o ex-paraquedista deixou a embaixada brasileira e saiu caminhando acompanhado de seguranças e diversos apoiadores.
No total, havia sete jornalistas no local, três dos quais declararam ter sido agredidos.
Leonardo Monteiro, da TV Globo, disse que, após fazer perguntas, enquanto o presidente caminhava, um acompanhante italiano deu um soco no estômago e imobilizou-o.
Jamil Chade, colunista do portal de notícias UOL, também filmou o atentado para tentar identificar o responsável, mas o segurança também o empurrou, agarrou seu braço para torcê-lo e pegou seu celular. Mais tarde, ele jogou o dispositivo na rua.
A violência aparentemente resultou do aborrecimento que geraram as notícias da vexatória passagem de Bolsonaro pela Itália.
Numa época em que presidentes de outros países davam entrevistas coletivas, o ex-capitão do Exército preferia confraternizar com seus seguidores na rua.
Enviados especiais brasileiros o abordaram com perguntas e foram perseguidos. Quando o correspondente da Globo se identificou, ouviu Bolsonaro dizer: “Você é da Globo? Você não tem vergonha na cara”.
Ana Estela, do jornal Folha de São Paulo, disse que tentou se aproximar do presidente, que estava parado, para tirar fotos com seu celular, mas também foi empurrada por outro policial italiano.
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