Em declarações à Prensa Latina, Caballero, diplomata de longa trajetória, referiu-se assim aos sentimentos de um amplo segmento de setores da política e de outras esferas, grupos solidários e cubanos residentes na Espanha, entre outros.
“Na Espanha existe uma extrema direita com fortes laços transatlânticos que sempre criticará Cuba, faça o que fizer. Por razões ideológicas e políticas internas, estará sempre do lado do todo-poderoso Golias contra a pequena Cuba que resiste e não permite se dobrar “, afirmou. “São os herdeiros daqueles colonialistas que no final do século XIX teriam desejado vender a ilha de Cuba aos Estados Unidos por um punhado de dólares”, acrescentou.
Porém, o atual chefe da delegação diplomática cubana em Madri elogiou “a outra Espanha, a maioria, aquela que não nos vendeu, que todos os cubanos chamam de Madre Pátria”.
“Aquela que sente a injustiça que o bloqueio tem cometido há mais de seis décadas contra ‘a menina dos seus olhos’”, disse ele.
Caballero refletiu sobre aquele relevante setor da sociedade espanhola que acolhe as notícias que chegam da maior das Antilhas.
“Os menos atualizados veem como uma proeza o fato de que até o final do ano Cuba tenha toda a sua população vacinada, com vacinas próprias (Abdala, Soberana 02 e Soberana Plus)”, acrescentou.
“Outros sabem que este é o resultado de um esforço sustentado de muitos anos por parte das lideranças da Revolução com base em uma estratégia de desenvolvimento socioeconômico que dá total prioridade à educação, à saúde das pessoas e às ciências”, disse ele.
Nesse sentido, destacou o poderoso movimento de solidariedade com Cuba, “que é onde podemos sentir a maior alegria pelas conquistas que a Ilha vem apresentando neste momento, apesar do acirramento do bloqueio dos Estados Unidos, justamente na pior época, quando os efeitos desastrosos da Covid-19 estavam tendo um impacto na economia do país”.
O Embaixador Charge d’Affaires referiu ainda o início de um processo geral de recuperação com o recomeço de todas as atividades docentes presenciais, a normalização de toda a vida econômica e social do país, a abertura total dos aeroportos e o arrancada da indústria e do turismo no próximo dia 15 de novembro.
A esse respeito, informou sobre a intensificação do trabalho nos consulados cubanos na Espanha e as crescentes dificuldades em encontrar vagas livres nos aviões dos milhares de espanhóis que aguardavam este momento para retornar à ilha caribenha.
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