Na segunda-feira passada, o Ministro Administrativo da Presidência, José Ignacio Paliza, anunciou a constituição de uma mesa de monitoramento e consulta no país sobre a crise que afeta o Haiti.
Paliza disse que o mecanismo seria composto por nove membros, quatro partidos majoritários e quatro partidos minoritários e liderado por um membro do governo dominicano, que realizou sua primeira reunião no dia anterior.
O funcionário também reiterou o chamado à comunidade internacional para prestar a devida atenção ao país vizinho e perceber que ele precisa de todo o apoio possível para resolver sua crise.
Nos últimos sete dias, organizações políticas e sociais se manifestaram sobre o assunto, incluindo o partido Força do Povo, que pediu à comunidade internacional que viesse ao Haiti com ajuda alimentar humanitária para ajudar mais de cinco milhões de pessoas.
A organização política, liderada pelo ex-presidente Leonel Fernández, expressou seu apoio às medidas adotadas pelo governo dominicano para lidar com a situação do Haiti e exortou-o a mantê-las até que tenha garantias de controle diante do caos que assola o país.
Nas últimas semanas, o executivo endureceu as medidas restritivas contra a migração haitiana, incluindo a suspensão do programa de vistos para estudantes e a limitação do acesso a hospitais e centros de saúde para imigrantes ilegais.
Sobre este último ponto, o relatório feito por vários setores de que mulheres haitianas grávidas foram detidas em hospitais haitianos por inspetores de imigração e repatriadas para seu próprio território teve grandes repercussões.
O Ministro da Saúde Daniel Rivera declarou que o sistema obstétrico da República Dominicana está saturado pela demanda das mulheres haitianas em trabalho que “deslocaram as mulheres dominicanas”.
Rivera disse que as parteiras haitianas estão levando a gestão de todas as áreas obstétricas do país ao limite e informou que este ano o governo investiu bilhões de pesos para ajudá-las, sem contar os fundos destinados a outros problemas de saúde.
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