Alguns dias antes das eleições de 21 de novembro, as pesquisas – que não são confiáveis por causa de erros repetidos em suas previsões – colocam nos primeiros lugares o candidato de esquerda Gabriel Boric e o de extrema-direita José Antonio Kast.
Boric, 35 anos, é o candidato mais jovem, liderou as mobilizações estudantis de 2011 e representa a coalizão Apruebo Dignidad, formada pela Frente Amplio, os regionalistas verdes, o Partido Comunista e outras organizações.
Kast (55) é um dos fundadores do Partido Republicano, um admirador de Augusto Pinochet e tem posições próximas ao presidente brasileiro Jair Bolsonaro e ao ex-presidente americano Donald Trump.
Também participam da corrida a Yasna Provoste, da coalizão centro-esquerda Novo Pacto Social; Sebastián Sichel, do pró-governo Chile Podemos Más; Marco Enríquez-Ominami, do Partido Progressista; Eduardo Artés, da União Patriótica, e o economista Franco Parisi, do Partido do Povo.
Antes da votação, o cenário é incerto, especialmente dado o alto número de eleitores indecisos, que de acordo com as pesquisas é de cerca de 28%, e o alto nível de abstenção em uma nação onde o voto não é obrigatório.
A única certeza até agora parece ser que nenhum dos candidatos obterá maioria absoluta no primeiro turno e um segundo turno no dia 19 de dezembro será necessário.
Quem for eleito enfrentará um panorama complexo, marcado pelas consequências da pandemia de Covid-19, a crise migratória no norte, o conflito nas áreas mapuches e o processo em andamento para dotar o país de uma constituição que substitua a vigente desde a época da ditadura de Pinochet (1973-1990).
Esta foi uma das exigências da explosão social de 2019, e um ano depois o povo decidiu por maioria esmagadora mudar a lei das leis – que deverá ser submetida em meados de 2022 a um referendo para ratificação – a fim de fortalecer o papel do Estado e garantir os direitos sociais a todos os chilenos.
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(Extraído de Orbe)