Falando através de uma mensagem em vídeo na cerimônia de premiação da Unesco-Cuba Carlos J. Finlay Microbiology 2020, a funcionária destacou o desafio representado pela pandemia nos últimos dois anos para a comunidade científica global, um cenário que ela aproveitou para abordar as particularidades do país caribenho.
A este respeito, lembrou que os pesquisadores realizaram seu trabalho em meio à intensificação do bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos à nação caribenha, um cerco reforçado pela administração de Donald Trump com 243 medidas, pelo menos 50 delas em meio à crise sanitária.
Pérez comentou no evento para premiar o pesquisador japonês Kenya Honda que em tempos da Covid-19 a comunidade científica cubana agiu de forma integrada e com uma visão do país, uma abordagem traduzida em apoio ao pessoal de saúde que trabalha na linha de frente e sucessos concretos, como a criação de vacinas.
A ilha criou dois imunógenos, Abdala e Soberana 02, com os quais já protegeu mais de 70% de sua população, e está trabalhando no desenvolvimento de três candidatos a vacina.
Segundo o ministro, estas realizações, além de elevar o nível da ciência cubana, constituem resultados a serviço da humanidade, reafirmando o princípio de compartilhar o que temos, e ainda mais diante de uma situação tão vulnerável como a gerada pela pandemia.
Em seu discurso, no qual ele parabenizou o vencedor do Prêmio Carlos J. Finlay de Microbiologia 2020, Pérez reafirmou o compromisso da ilha com a Unesco e com o uso da ciência para o desenvolvimento sustentável.
A cerimônia de premiação incluiu um painel de discussão com a participação da Honda do Japão, do professor paquistanês Shahida Hasnain – vencedor do Prêmio Finlay em 2017 – e do pesquisador e especialista em vacinas cubano Vicente Vérez Bencomo.
Vérez Bencomo compartilhou detalhes sobre a criação de agentes imunizantes contra a Covid-19 na maior das Antilhas, e apontou que as experiências e estudos acumulados permitiram um rápido progresso no desafiador objetivo de encontrar respostas para neutralizar o coronavírus SARS-CoV-2.
O cientista explicou que a ilha considerou em suas projeções a descoberta de vacinas que também poderiam proteger as populações pediátricas, com base no critério de que este é um setor importante em termos da transmissão da doença e da necessidade de trazê-la de volta com segurança para a sala de aula.
A este respeito, ele enfatizou por videoconferência que hoje é um dia especial em Cuba, com o retorno à escola de centenas de milhares de crianças imunizadas com vacinas produzidas nacionalmente. mem/wmr/bm