Fundada em 1978, a publicação concedeu o prêmio no passado ao Papa João Paulo II, ao ex-presidente egípcio Anwar al Sadat e ao ex-chefe de estado sul-africano Frederik De Klerk, que ajudou a acabar com o apartheid.
A política, especializada em diplomacia, justificou ainda sua decisão pela “tenacidade exemplar” do ex-líder trabalhista “diante da perseguição política e judicial”, que foi “recompensada pela decisão da Suprema Corte de reverter suas convicções”.
Sua presidência entre 2003 e 2010 foi também “marcada pela vontade de promover a igualdade racial e social em seu país”, permitindo que “30 milhões de brasileiros saíssem da pobreza”, acrescentou ele.
Lula, que está em uma turnê de 10 dias por quatro países europeus, disse no mês passado que decidirá no início do próximo ano se concorrerá contra Bolsonaro nas eleições presidenciais de outubro de 2022.
Favorito em todas as pesquisas de opinião no período que antecede as eleições, o ex-governador de 76 anos é elegível para concorrer após recuperar seus direitos políticos em março, após a anulação de todas as suas convicções por um juiz da Suprema Corte.
No dia anterior, o fundador do Partido dos Trabalhadores disse que o gigante sul-americano pode voltar ao palco internacional após o isolamento de Bolsonaro.
Em uma conferência na prestigiosa universidade Sciences Po, em Paris, ele ressaltou que o atual governo “virou as costas para o mundo”.
Denunciou que “ninguém quer investir no Brasil” agora porque Bolsonaro “é rude com as mulheres, ele não ama os negros, ele queima a selva, porque é violento com os indígenas”.
Após encontro em Berlim com Olaf Scholz, que poderia se tornar chanceler alemão em dezembro, Lula anunciou uma reunião na quarta-feira com o presidente francês Emmanuel Macron.
Durante sua estada na França, ele almoçou na terça-feira com a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, que disse que “ele é um visionário, um homem do povo, um homem inspirador e eu o apoio”.
De acordo com a agenda de sua viagem, Lula estará amanhã na Espanha, onde participará do fórum Cooperação Multilateral e recuperação regional pós-Primeiro Ministro José Luis Rodríguez Zapatero e o ex-Primeiro-Ministro das Relações Exteriores José Manuel Albares.
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