Os vizinhos removeram os corpos sem vida, pois a Polícia Civil não chegou ao local do crime horas após o crime.
No sábado passado, o sargento da Polícia Militar (PM) Leandro Rumbelsperger da Silva, 40 anos, foi morto a tiros durante uma patrulha na comunidade. Segundo testemunhos, a matança ocorreu no domingo de manhã após um intenso confronto entre os traficantes de drogas, que dominam a favela, e os agentes militares do Rio.
O porta-voz do PM Ivan Blaz confirmou que “durante o fim de semana houve vários confrontos na área de manguezais. Tivemos a apreensão de vários materiais utilizados na luta. Parece que houve inúmeros feridos entre a polícia e os traficantes”.
De acordo com organizações humanitárias, a polícia violou a decisão do Supremo Tribunal Federal, que impede operações policiais nas favelas sem notificação prévia à Procuradoria Geral da República.
Na mídia social, os moradores do Complexo do Salgueiro lamentaram a situação e usaram a hashtag #SalgueiroPedePaz.
Alguns usuários descreveram a ação policial como covardia e compararam o incidente ao massacre na favela de Jacarezinho no Rio, que resultou em 28 vidas perdidas em maio passado, após uma operação policial contra o tráfico de drogas.
Em uma batida de nove horas na comunidade, 28 pessoas foram mortas: 27 homens que, segundo a polícia, eram “todos criminosos”, assim como um policial civil.
Testemunhas relataram que muitas das vítimas foram executadas após já terem se rendido, como foi o caso de Omar Pereira da Silva.
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