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Antonio Guiteras, espírito do movimento revolucionário em Cuba

Antonio Guiteras, espírito do movimento revolucionário em Cuba

Havana, 22 nov (Prensa Latina) Antonio Guiteras foi o espírito mais puro do movimento revolucionário em Cuba, assim os especialistas definiram o jovem destacado na luta contra a ditadura de Gerardo Machado e cujo aniversário de aniversário hoje evoca ideias antiimperialistas.

Nascido em 22 de novembro de 1906 na cidade de Filadélfia, nos Estados Unidos, era o segundo filho do cubano Calixto Guiteras Gener e da estadunidense Marie Theresse Holmes Walsh.

Segundo fontes documentais, devido aos problemas de doença do pai, a família decidiu viajar para a ilha em 1913 e se estabelecer em Matanzas e depois em Pinar del Río, atuais províncias localizadas no oeste do país; mais tarde, ele estudaria Farmácia na Universidade de Havana.

Foi nessa sede acadêmica que, em 1927, Guiteras apoiou a fundação do Diretório do Estudante Universitário, que se opôs ao prolongamento no poder de Machado (1925-1933), e posteriormente faria parte de um grupo de ação que realizava ações contra o ditador do leste do país.

Em 1932 criou a Unión Revolucionaria (UR), uma organização insurrecional com o objetivo de agrupar as forças que lutavam no Oriente contra o regime.

Da UR, o jovem lançou o Manifesto ao povo cubano, que apresentava um programa voltado para a unidade de todas as forças, para além das diferentes tendências políticas, para o triunfo de uma verdadeira Revolução, em que a luta armada fosse a forma mais prática para derrubar a ditadura.

Guiteras rejeitou a negociação do embaixador dos Estados Unidos em Cuba, Benjamin Sumner Welles, que aspirava a um entendimento entre os partidos do Governo e a oposição burguesa com o objetivo de neutralizar a ação do povo contra o regime.

Ao receber a notícia da fuga de Machado em 12 de agosto de 1933, fez um discurso contra a ingerência de Washington na ilha e pediu a consolidação da Revolução.

Depois da derrubada veio o breve Governo de Carlos Manuel de Céspedes imposto pelo embaixador estadunidense, defenestrado com um golpe liderado pelo então sargento Fulgencio Batista em 4 de setembro de 1933, afirma artigo do jornalista Ciro Bianchi.

A Revolução parecia ter chegado ao poder e Ramón Grau San Martín presidia ao chamado Governo dos Cem Dias, que tinha o seu Secretário (Ministro) do Interior em Guiteras.

O governo tomou um conjunto de medidas populares e antiimperialistas que conquistaram o apoio do povo, como o estabelecimento da jornada de trabalho de oito horas e a redução das tarifas de energia elétrica.

No entanto, o governo não foi reconhecido pelos Estados Unidos no momento em que queria manter sua hegemonia sobre o destino de Cuba, e Washington finalmente apoiou Fulgencio Batista (agora chefe do Exército), para forçar a renúncia de Grau.

O ex-ministro na clandestinidade fundou a organização revolucionária Joven Cuba, para combater o regime dominante através da luta armada e, uma vez assumido o poder, estruturar o Estado cubano de acordo com os postulados do socialismo.

Após o fracasso de uma greve em março de 1935, Antonio Guiteras entendeu que para desencadear a insurreição popular era necessário criar um foco guerrilheiro nas montanhas do leste, e para isso planejou uma viagem ao México, onde planejou organizar uma expedição.

No entanto, a denúncia de oficiais da Marinha em quem ele confiava, fez com que uma bala atingisse o coração do jovem no antigo forte conhecido como El Morrillo, em Matanzas, em 8 de maio de 1935.

Dizem que o internacionalista venezuelano Carlos Aponte, que estava a seu lado, disse a Guiteras: “Compensa, antes de nos rendermos, morremos”. E ele respondeu: “Nós morremos.”

“Assim se perdeu a figura mais íngreme, o espírito mais temperado, a vontade mais indomável, o braço mais enérgico e o espírito mais puro do movimento revolucionário nacional”, escreveu sobre ele Raúl Roa, que seria chanceler em Cuba.

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