As eleições de 19 de dezembro verão o candidato de extrema-direita José Antonio Kast, da Frente Social Cristã, e o candidato da coalizão de esquerda Apruebo Dignidad, Gabriel Boric, que venceu o primeiro turno com menos de 30% dos votos, enfrentando-se na disputa presidencial.
“É muito difícil prever quem poderá vencer no segundo turno porque o espectro político está muito fragmentado”, disse Jofre à Prensa Latina.
O jornalista também considerou muito importante atrair os 53% de chilenos que não votaram, com um discurso de unidade que os seduza e com propostas atraentes.
Nos últimos dias, disse ele, Kast moderou seu discurso para torná-lo menos violento, e Boric está abordando questões que não faziam parte de sua narrativa, como a imigração e a luta contra o tráfico de drogas e a criminalidade.
Jofre também se referiu à importância de captar o voto dos seguidores de Franco Parisi, o candidato que surpreendentemente alcançou o terceiro lugar apesar de estar fora do país o tempo todo e com uma campanha apenas por meio de redes sociais.
“Apesar disso, ele conseguiu 13,10% dos votos, o que o coloca em uma posição de partido-chave”, disse ele.
O especialista em assuntos internacionais e latino-americanos considerou que o caso de Parisi representa uma chamada de atenção para a política chilena.
“Como é possível que um candidato que vive nos Estados Unidos, que também tem um problema com o sistema de justiça chileno, não vá para o campo, não debata e faça campanhas virtualmente, consiga ter uma votação de cerca de um milhão de votos?”, perguntou ele.
O jornalista e escritor chileno também se referiu à fragmentação no Senado e na Câmara dos Deputados, onde uma metade foi ganha pela direita e a outra pela oposição.
“Isto, advertiu, implica que o próximo presidente terá um parlamento não muito alinhado com o executivo, e por esta razão é necessário buscar caminhos de unidade e não de separação”.
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