Após seis meses desse acontecimento, muito criticado pela população colombiana por também ter o apoio da polícia, como mostram as imagens captadas por várias pessoas, Escobar deve comparecer a um tribunal no dia 24 de janeiro.
Ele, um grupo de civis e membros da Polícia Nacional são processados “pelos ataques que perpetraram contra membros da minga indígena e pessoas que participaram do protesto social”, disse o advogado criminal.
“O senhor Andrés Escobar tem tempo para pensar em colaborar com a justiça, contando quem foram os verdadeiros organizadores do grupo paramilitar urbano que atacou os índios Minga e os manifestantes da Univalle. Sabemos que ele não era o cérebro”, afirmou.
Os acontecimentos ocorreram no contexto das mobilizações ocorridas durante os mais de dois meses da greve nacional, iniciada no dia 28 de abril, contra as políticas do governo de Iván Duque, e considerada a maior manifestação social dos últimos 70 anos em este país.
Essas mobilizações foram fortemente reprimidas pela polícia, pelos militares e pelo Esquadrão Móvel Anti-Motim, implantado pelo governo nacional, especialmente em Cali.
“Quando denunciamos Andrés Escobar e seu bando, bem como a polícia que os ‘vigiava’ enquanto atiravam nos manifestantes, estávamos convencidos de que haviam cometido crimes graves. Agora @FiscaliaCol concorda conosco”, disse o advogado hoje em sua conta no twitter.
Na ocasião, políticos da oposição denunciaram a suposta participação de policiais à paisana, sob ordens do governo, para fazer com que os protagonistas das mobilizações pacíficas aparecessem como vândalos ou terroristas.
Nesse sentido, o senador indígena Nasa Feliciano Valencia garantiu que a polícia, conforme evidenciado pelos vídeos, aplica a estratégia paramilitar nas cidades.
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