Paris, 4 dez (Prensa Latina) A cultura representa uma ferramenta insubstituível para a humanidade enfrentar seus desafios urgentes, desde a paz, o bem-estar e o desenvolvimento sustentável até a inclusão e coesão social.
Isso explica o compromisso da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) em aumentar seu papel no multilateralismo.
No cenário atual da Covid-19 e das restrições para impedi-la, ela se tornou um instrumento para se manter viva, sublinhou o vice-diretor-geral daquela entidade para a Cultura, Ernesto Ottone, em entrevista ao Orbe.
De acordo com o responsável chileno, a crise da saúde demonstrou a importância deste setor, capaz de dar esperança em tempos tão difíceis.
Se analisarmos a distribuição de conteúdos online durante a pandemia, grande parte corresponde a concertos, visitas virtuais a museus, reprodução de peças teatrais e tantas outras atividades, que sem dúvida constituem apoios à saúde mental das pessoas, obrigadas a permanecer em situações inéditas de confinamento, ele ilustrou.
A 41ª Conferência Geral da Unesco, realizada em Paris de 9 a 24 de novembro, traçou as projeções da organização em educação, ciência e cultura para os próximos oito anos, uma visão amplamente alimentada pelas experiências dos últimos quase dois anos. Anos de ataque do SARS -CoV-2 coronavirus.
Ottone especificou que os 193 estados membros da entidade multilateral ratificaram no fórum as prioridades sobre África e o seu desenvolvimento, e igualdade de género, questões em que a cultura tem espaços relevantes.
Durante a pandemia, o setor criativo foi um dos mais atingidos e as mulheres sofreram os maiores impactos, mesmo em um contexto de precariedade no trabalho que consideramos insustentável, acrescentou.
O responsável da entidade destacou ainda no diálogo com este semanário o objetivo traçado pela Unesco de apoiar os jovens, com linhas de ação que vão desde a reinserção profissional à formação, desde a oportunidade de acesso a estudos superiores ou técnicos em áreas como restauração e a aplicação de novas tecnologias.
Ottone insistiu que a procura de uma maior contribuição para os desafios da humanidade como a prevenção e mitigação de desastres naturais, a paz e o progresso inclusivo é permanente desde as várias áreas de competência da organização.
A terceira Conferência Mundial sobre Políticas Culturais e Desenvolvimento Sustentável, programada para 28 a 30 de setembro de 2022 no México, será um momento propício para revisar e adaptar as agendas nesses e em outros desafios, afirmou.
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