“Vim aqui para protestar contra o convite feito a este fascista, um assassino que participou de várias tentativas de golpe em seu país”, disse Juan Cuevas, um dos manifestantes, que foi detido pela polícia.
“Parece-me que esta visita é um ato indevido que visa claramente torpedear o funcionamento da Convenção”, declarou Marcos Barraza, integrante do órgão encarregado da redação de uma nova Carta Magna em substituição à vigente desde a época da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).
Barraza considerou a presença de López uma provocação e uma ameaça, com o agravante – disse – do convidado ser um foragido internacional e ter processos pendentes.
Leopoldo López foi condenado em 2015 na Venezuela a 13 anos de prisão por delitos de instigação pública, associação criminosa e por ocasionar danos durante a onda insurrecional denominada La Salida, que deixou 43 mortos e centenas de feridos.
Favorecido por medida substitutiva de privação de liberdade, violou o regime de prisão domiciliar em 30 de abril de 2019 e ingressou na residência do embaixador da Espanha em Caracas, onde permaneceu até outubro de 2020, quando deixou o país ilegalmente para se estabelecer na nação europeia.
Questionada sobre a presença de López na Convenção, a presidenta daquele órgão, Elisa Loncón, declarou: “a verdade é que existe um setor da direita que sempre tentou boicotar o processo e não queremos que essa visita seja explorada para ataque à Convenção, porque o Chile está passando por um processo de acordo com sua natureza.”
Enquanto isso, Fernando Atria, da Frente Ampla, denuncia que esse personagem vem ao Chile para participar de uma campanha para desacreditar tanto a convenção quanto o candidato de esquerda à presidência, Gabriel Boric.
López se encontrou aqui com o candidato do Palácio de La Moneda pelo Partido Republicano de extrema direita, José Antonio Kast, poucos dias antes da votação de 19 de dezembro.
rgh/car/cm