Em entrevista à Prensa Latina, após apresentar suas credenciais, Simancas expressou que seu trabalho é uma grande honra e compromisso, uma vez que esses dois países estão unidos por estreitos laços de amizade e cooperação.
O diplomata frisou que em breve Cuba celebrará seu feriado nacional, o 63º aniversário do triunfo da Revolução em 1º de janeiro de 1959, e também o 62º aniversário do início das relações diplomáticas com a Índia, em 12 de janeiro de 1960.
A visita a Nova Delhi em 1959 pelo comandante Ernesto Che Guevara à frente de uma delegação e o encontro em Nova York em 1960 entre o líder da Revolução Cubana, Fidel Castro, e o então primeiro-ministro indiano, Jawaharlal Nehru, lançaram as bases para a amizade, o diálogo e a cooperação bilateral, lembrou.
Desde então, Cuba e Índia compartilham a luta contra o colonialismo, a defesa dos direitos dos povos, os princípios da independência, autodeterminação e não ingerência nos assuntos internos, cultura e identidade nacional, e o direito de cada país de ter seu modelo de desenvolvimento econômico e político para maior justiça social, afirmou.
Sobre as atuais relações bilaterais, Simancas destacou que elas estão se desenvolvendo em uma direção ascendente em todos os níveis e uma estreita cooperação nas organizações internacionais, compartilhando os princípios do multilateralismo e da defesa de uma ordem internacional mais justa e democrática.
Da mesma forma, destacou que Cuba e a Índia são dois baluartes históricos do Movimento dos Países Não-Alinhados.
“O momento do abraço em Nova Delhi, em 1983, entre Fidel Castro e a então Primeira-Ministra, Indira Gandhi, ficou registrado como um símbolo de amizade entre os dois povos”, disse o embaixador do país caribenho.
Somam-se a isso as visitas a Havana do presidente indiano, Ram Nath Kovind, em 2018, e do agora presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, a Nova Delhi em 2015, então como vice-presidente, acrescentou.
Cuba atribui grande prioridade aos laços com a Índia, dos quais valorizamos o papel que desempenha para a estabilidade internacional e saudamos seu progresso, em particular os sucessos em face da pandemia Covid-19, disse ele.
Sobre o futuro desses laços, o embaixador cubano comentou a decisão de continuar a fortalecê-los, tanto no plano do diálogo político, como parte do intercâmbio oficial de visitas, quanto no espaço multilateral, além dos aspectos econômicos e comerciais. .
Cuba -disse- atribui especial importância a conseguir uma maior cooperação nas áreas da educação, cultura, saúde, indústria farmacêutica e biotecnologia, bem como promover a colaboração para a prática e o conhecimento na ilha de Ayurveda, medicina tradicional e alternativa da Índia, e ioga.
Além disso, as relações econômicas, comerciais e financeiras bilaterais merecem atenção especial, pois ainda há um grande potencial a ser explorado, afirmou.
Nesse sentido, apreciou as facilidades dadas pelo governo indiano para promover o comércio e joint ventures, através do Eximbank, em projetos econômicos nos setores de energia renovável e indústria química, entre outros, e destacou as perspectivas nos campos da agricultura, software e a indústria biofarmacêutica. Destacou que Cuba é vice-presidente para a América Latina e o Caribe da International Solar Alliance, importante iniciativa promovida pela Índia para promover a exploração eficiente da energia solar para reduzir a dependência dos combustíveis fósseis.
O embaixador cubano destacou a solidariedade do Governo e do povo indiano em sua invariável postura de repúdio ao bloqueio econômico dos Estados Unidos, denunciado a cada ano pela grande maioria na Assembleia Geral da ONU.
Por sua vez, indicou que existem muitas expressões contra a interferência de Washington de várias organizações indianas como o Partido Comunista (Marxista), o Partido Comunista, o Comitê Nacional Indiano para a Solidariedade com Cuba, o Centro de Sindicatos Indianos e a Organização Índia pela Paz e Solidariedade.
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