Beirute, 16 dez (Prensa Latina) Longe vão os dias em que Beirute era um espetáculo por causa das ofertas, propagandas leves e movimento popular em busca da melhor opção para passar o Natal.
A pior crise econômica e financeira das últimas décadas destruiu aquele passado que todos lembram com saudade, já que despesas até acima do orçamento foram permitidas, sabendo-se a garantia do amanhã.
Mas atualmente, oito em cada dez libaneses caíram abaixo da linha da pobreza em meio a uma desvalorização recorde da moeda nacional, enquanto os salários permanecem os mesmos.
Os preços da cesta básica subiram a níveis insustentáveis para 90 por cento dos libaneses que não têm acesso a moeda estrangeira.
De 2019 até agora, um colapso econômico brutal reduziu o boom comercial de Beirute ao mínimo e o déficit de energia fechou as ruas agora encobertas.
Os outdoors que antes brilhavam com toda a sua força são afastados diante de uma realidade de uma ou duas horas diárias de serviço que a concessionária de energia elétrica (Electricite du Liban) pode oferecer.
No centro de Beirute, onde se concentrava a maioria das lojas de marcas de luxo, há placas que refletem seu estado atual: “Estamos fechados”.
Hamra, outrora uma rua de destaque no ramo comercial, hoje mostra pouco do clima natalino com grande parte de suas vitrines cobertas e as que persistem não oferecem nenhum detalhe dos valores das peças.
Lojistas e vendedores estão atentos à evolução da libra libanesa em relação ao dólar, pois o preço que dirão aos clientes depende dessa flutuação.
As avenidas de Beirute viraram um verdadeiro turbilhão porque as autoridades municipais não têm orçamento para manter os semáforos acesos e a lei da selva rege o caótico trânsito de veículos.
Um transeunte abordado pela Prensa Latina resume a situação: “agora é o Líbano, seja no Natal ou em qualquer dia, a alegria acabou”.
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